Sejamos, nós, os "Salvadores da Pátria"

Sejamos, nós, os Notícia do dia 16/01/2019

Por Celso Tracco*

 

Um novo ciclo político está se iniciando em nosso país. Acreditemos que vai dar certo para o bem e felicidade geral da nação. Esperanças se renovam e o otimismo com o futuro reaparece.

 

Mas sabemos que nem tudo será resolvido por este novo governo, por melhor que ele seja. Afinal, o entulho administrativo, o gigantismo da máquina pública, a ineficácia do sistema fiscal, a insegurança jurídica, o descalabro da corrupção, a desigualdade de renda, a precariedade da saúde, da escola, das prisões, da infraestrutura cobra um preço muito alto da nossa população.

 

Muitos anos hão de passar até que uma sequência de governos minimamente capazes e decentes trabalhe para que a maioria dos brasileiros tenha um padrão de vida digno e estável. Por isso, não espere que o governo faça alguma coisa por você. Antes, inverta a pergunta: o que você pode fazer pelo seu país?

 

Começo de ano! Época de novas ou velhas promessas de vida. Dietas, academias, um curso de idiomas, um novo negócio, mudar de emprego, dedicar mais tempo à família, ir mais ao cinema, teatro, museus etc... O ser humano é um otimista e sonhador por natureza. Prometer é fácil, mas o difícil é concretizar.

 

A realização de nossas promessas pressupõe persistência, foco e muita força de vontade. Em vez de promessas, proponho refletirmos sobre novas iniciativas e atitudes visando o bem do próximo. Partindo de cada um de nós, sem vinculação com instituições de qualquer espécie, apenas uma iniciativa individual.

 

Toda atividade econômica, da mais gabaritada empresa de alta tecnologia até um catador de recicláveis, gera e move um ecossistema. A base deste ecossistema é formada pelos seus fornecedores, clientes, colaboradores e familiares. Acredite, alguém em seu ecossistema precisa de sua ajuda. Ajuda não financeira, nada de dinheiro! Apenas procure doar parte de seu tempo e suas habilidades a quem precisa e gravita em torno de você.

 

Alguém pode precisar da indicação de uma escola, conhecer economia doméstica, realizar um trabalho voluntário ou ter problemas de sociabilização... Crie, com suas ações, uma onda do bem. Contribuir para uma cultura de paz, de harmonia e prosperidade seria uma promessa que valeria a pena cumprir. Só construiremos uma nação segura, próspera, com oportunidades para todos, se nos empenharmos em realizar ações que conduzam a essa meta.

 

As reais e sustentáveis transformações não acontecem de fora para dentro. Acontecem em nosso interior. Chega de esperar um "salvador da pátria"; temos que inverter essa lógica! Não devemos esperar pelo governo, pois, na verdade, o governo vive do povo. Sejamos, nós, os salvadores da Pátria. Feliz 2019.

 

*é escritor, palestrante, consultor e autor do livro Às Margens do Ipiranga - a esperança em sobreviver numa sociedade desigual.- www.celsotracco.com

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