A brincadeira de empinar papagaio de papel com linha de cerol vem ganhando dimensão nas vias públicas da cidade, principalmente nos finais de semanas, colocando em risco a vida de condutores de motocicletas e pedestres.
Em vários pontos da ilha grupos de adolescentes se juntam para empinar os papagaios, atravessando no meio ou lateral das vias públicas as linhas com cerol, uma afronta a integridade física do ser humano.
É visível crianças, adolescentes e jovens empinando o brinquedo de papel em locais inadequados e vias públicas. Empinar papagaio de papel em locais impróprios oferece riscos de acidentes por conta da linha com cerol.
Esse ano, a brincadeira perigosa já causou prejuízos a pedestres, a condutores de veículo e consumidores de energia elétrica.
Algumas das interrupções no fornecimento de energia foram motivadas pela brincadeira. O contato das linhas com cerol com a rede elétrica, causa o curto circuito rompendo os fios de cobre.
Pelos registros nos hospitais, dois homens, uma criança de oito anos e duas mulheres foram surpreendidas em via pública pela linha de cerol.
Quatros deles tiveram ferimentos superficiais, enquanto uma mulher no dia 4 de setembro quase teve o pescoço decepado pela linha com cerol.
De acordo com informações dos familiares, a cidadã tinha ido buscar o filho na escola quando foi surpreendida pela linha cortante no pescoço.
A irresponsabilidade e teimosia dos empinadores de papagaios de papel a cada ano vêm deixando diversas pessoas com cortes no corpo, até mesmo cegueira como foi o caso de uma adolescente em 2012 e sequelas para um cidadão morador da comunidade suburbana do Parananema.
Até hoje, alguns cobram justiça para os autores. A brincadeira perigosa avançou também para as estradas que circulam o perímetro suburbano.
A população não tem a quem apelar, a não ser para que a Polícia Militar possa iniciar o combate à brincadeira, coibindo que novas pessoas sejam vítimas das linhas com cerol.
A Lei 478 de 2010, conhecida Lei do Cerol, passa despercebida e não é cumprida. A Lei não atende os requisitos de repreensão à brincadeira, o que leva muitos a questionar, pois apenas proíbe o uso do material cortante e empinar papagaios na área urbana do município.
“O que na realidade queremos é a punição e cadeia para os empinarem maiores de idades e pais que deixam os seus filhos menores brincarem com o papagaio de papel, ao invés do pagamento de multas como diz a lei”, esbravejou o eletricista Marcos Souza.
A maior movimentação dos empinadores é verificada nos bairros Itaúna I, II, União e Paulo Corrêa, onde algumas crianças e adolescentes são flagrados empinando o papagaio de papel em frente a suas residências sob o olhar dos pais, os quais não se manifestam em conscientizar seus filhos que a brincadeira é perigosa em local inadequado.
Fernando Cardoso | Especial RP