Envelhecimento populacional também atinge Parintins

Envelhecimento populacional também atinge Parintins Fotos: Fernando Cardoso Notícia do dia 06/09/2018

O Brasil é um País que caminha rapidamente para o envelhecimento populacional, afetando também a população parintinense.

 

Enquanto a população envelhece, os idosos na faixa etária de 50 a 80 anos passam a ser descartados, a maioria sem ter pelo menos seus direitos assegurados ou políticas públicas para que tenham continuidade na vida com atividades sociais e lazer.

 

Segundo dados do Censo 2010, a região Norte, apresenta um contínuo envelhecimento observado nas duas últimas décadas. Nessa região, a proporção de idosos de 65 anos ou mais passou de 3,0% em 1991 e 3,6% em 2000 para 4,6% em 2010.

 

O motivo para o envelhecimento geral da população parintinense são muitos, um deles, a causa natural e pelo trabalho no campo, fazendo com que a expectativa de vida desses idosos não sejam das melhores.

 

De acordo com a delegada Alessandra Trigueiro, da Delegacia de Proteção aos Idosos, no município parintinense muitas pessoas da terceira idade são submetidas as mais diversas humilhações e violência, principalmente por parte dos próprios familiares.

 

Dos crimes mais cometidos contra os idosos estão: a apropriação do cartão de benefícios (aposentadoria), maus tratos, críticas destrutivas, isolamento, xingamentos e expulsão da própria casa.

 

O IBGE fez uma série de projeções de longo prazo, entre elas, a expectativa é que até 2060, por exemplo, a população com mais de 60 anos mais que dobre de tamanho e atinja 32% do total dos brasileiros. Esse indicador em 2018 está em 13%.

 

A velhice de hoje não é mais como antigamente, em média, ela começava aos 64 anos e atualmente com 58 anos uma pessoa passa a ser considerada idosa (velha).

 

Nos dias atuais a velhice não tem mais valor e não existe uma forma de reinventar para essas pessoas a juventude. Para ser considerado uma pessoa da terceira idade, basta se juntar a um grupo de jovens que logo se percebe que o idoso não tem mais valor.

 

O aposentado Raimundo Soares, 80, lamenta que as pessoas idosas não têm nenhum valor, citando que em muitas das vezes nem pela família. 

 

O ancião sente saudades da sua época de jovem e para matar um pouco da saudade, todos os domingos vai até a sede da Associação de Moradores do Bairro Itaúna II, aonde junto com outros amigos da mesma idade dançam a valer as músicas do passado. “Aqui eu danço e satisfaço a minha vontade, coisa que não encontro em outros lugares”, declarou.

 

Para a aposentada Marieta Martins de Souza, 88, a vida de idoso é muito sofrida, expondo que as vezes é deixada de lado, falta atenção dos filhos, assegurando que somente junto com os amigos se sente mais prestigiada.

 

“São os meus amigos que me fortalecem para continuar vivendo. Junto deles posso relembrar o passado e ainda me divirto muito, as vezes aparece até uma paquera”, comentou.

 

Fernando Cardoso | Especial Para Repórter Parintins

 

IMG-20180906-WA0035

 

IMG-20180906-WA0036

Tags: