Caprichoso exalta a Mãe Terra em sua primeira noite do Festival Folclórico de Parintins

Caprichoso exalta a Mãe Terra em sua primeira noite do Festival Folclórico de Parintins Foto: Fernando Cardoso Notícia do dia 30/06/2018

O Boi Caprichoso abriu a primeira noite do 53º Festival Folclórico de Parintins exaltando a Terra, a Mãe da ancestralidade, o ethos do saber popular e raiz, a herança, a continuidade, a união e o testemunho, sendo o ponto de partida pelas veredas ancestrais do saber popular, onde o solo mostra a sua fecundidade, um embrionário que defini o Amalgama Mestiço da Sabedoria Popular Parintinense.

 

A exaltação folclórica com a alegoria do artista Nei Meirelles e equipe expos O congá sagrado das principais deidades míticas da humanidade é o cenário ancestral, onde Amaterasu (deusa da fertilidade para os orientais), Hera (deusa da família para os ocidentais).

 

A figura típica regional “O Caboclo Curador” dos artistas Francinaldo Guerreiro, Alex Salvador e equipe representaram a sociodiversidade que a Amazônia tem nos saberes ancestrais dos sábios pajés, dos antigos griôs libertos e das crenças cristãs, o amálgama maternal da sincrética sabedoria ancestral daquelas pessoas que tem o dom de curar, num contexto de mistérios sobrenaturais que transcendem os limites da ciência e da razão.

 

O ritual indígena de iniciação Tariana, obra do consagrado artista Júnior de Souza e equipe repaginaram as cerimônias instituídas por Yurupari aconteciam no tempo escolhido pelo “kumo” o xamã Tariana” e marcavam a culminância solene dos repasses dos saberes ancestrais, que os jovens púberes, teriam que receber, esses ritos eram vedados as mulheres.

 

Fechando a sua primeira noite, o Caprichoso apresentou a Lenda Amazônica “Yurupari, o Terror das Noites”, alegoria de Ferdinando Carivardo e equipe, contando que no auge do período colonial, quando se chegava ao alto Rio Negro os catequistas cristãos encontraram povos indígenas que tinham Yurupari como um ente divinizado.

 

O ser da mitologia indígena havia imposto o patriarcado como forma de governança das aldeias e legislado uma série de leis e advertências que criavam em torno do grande tuxaua, uma aura divinal gloriosa, uma reputação de respeito e poder.

 

Para os diretores do boi azul e branco foi uma noite de superação e engajamento de todos aqueles que direta e indiretamente trabalharam na formatação e apresentação do projeto de arena “Sabedoria Popular: Uma Revolução Ancestral”.

 

O presidente do Caprichoso, Babá Tupinambá disse que colocar um boi que contagiou a torcida e o público foi emocionante. “É muito bom ter esse espirito de vitória, de muita garra e superação por trazermos um boi que contagiou a galera do início até o fim da apresentação do Caprichoso”, comentou.

 

Fernando Cardoso | Repórter Parintins   

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