Escolas da várzea sem transporte

Escolas da várzea  sem transporte Foto: JRP Notícia do dia 02/02/2015

Estudantes de 29 escolas da rede municipal de várzea na zona rural estão desde o dia 5, quando retomou o ano letivo 2014/2015 nessa área, sem transporte fluvial. De acordo com um professor, que pediu para manter seu nome em sigilo, o número de evasão de alunos só aumenta com a falta de transporte escolar. Ele disse que quem mora distante da escola e depende do transporte de embarcação não tem como frequentar a sala de aula. Somente os alunos do quadro da comunidade e de locais com fácil acesso ao educandário recebem aula normalmente.   


A Secretaria Municipal de Educação, Desporto e Lazer (Semed), por meio da titular da pasta, Eliane Melo, atribui o problema a falta de interesse da Empresa Navegação Cidade em renovar contrato para 2015, após dois anos de prestação de serviço em Parintins. “Na primeira semana de janeiro, o diretor da empresa veio até nós e nos entregou o transporte escolar. Fomos surpreendidos por essa notícia e corremos para fazer o processo licitatório. Queremos o quanto antes resposta para uma nova empresa assumir o transporte escolar. Pensamos em um prazo muito em breve”, afirma a secretária. O transporte facilita a vida dos alunos que saem da comunidade de origem para chegar a escola mais próxima.



Calendário
O calendário letivo nas escolas da área de várzea é diferenciado. As aulas iniciam no mês de agosto e se estendem até abril do ano seguinte devido ao ciclo da enchente. “Não é toda a área rural. Existem 29 escolas que não estão com transporte para os alunos chegarem as comunidades. Comunico a essas comunidades que trabalhamos para logo resolver essa situação no tempo mais hábil possível”, pontua Eliane Melo.


As escolas na área de terra firme seguem o calendário normal da Semed. As aulas têm previsão de começar no dia 19 de fevereiro. O ensino tecnológico deve retornar dia 4 de fevereiro. A rede municipal conta com mais de 19 mil alunos. A Cooperativa de Transporte Escolar Aquaviário e Terrestre de Parintins (Cooptranspin) trabalhava em parceria com a Navegação Cidade e aguarda chamado da Semed.


De acordo com o presidente da Cooptranspin, Adeilson Pereira, não houve problema de transporte na várzea nem em 2013 nem em 2014 porque a empresa, detentora da licitação, prestou o serviço normalmente. Ele ressalta que o calendário normal da área de terra firme na zona rural e urbana não vai ser afetado por falta de transporte terrestre. No total, 186 barcos cobrem a zona rural, com 9 rabetas, em escala de 206 rotas.


Segundo a Cooptranspin, os ônibus do transporte escolar cumprem 13 rotas na região da Vila Amazônia, Zé Açu, Agrovila do Caburi, Ponta Alta do rio Mamuru, lago do Zé Miri e polo da Valéria. No polo do Projeto de Assentamento (PA) Gleba Vila Amazônia 5 Kombi e 5 motocar também atuam no transporte de alunos da rede municipal. A cooperativa renova anualmente o contrato com a Semed para a prestação do serviço.

 

Gerlean Brasil para o Repórter Parintins

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