Lamento de Raça

Lamento de Raça Notícia do dia 02/02/2015

A expansão urbana da Ilha Tupinambarana é irreversível. O REPÓRTER PARINTINS já explanou diversos fatores que demonstram que Parintins está se tornando, guardadas as devidas proporções, uma cidade de médio porte com todas as mazelas possíveis e existentes. Violência crescente, trânsito de fluxo intenso e com a necessidade de construção de novas unidades habitacionais cada vez mais distantes do centro da cidade.


Com essas novas casas, consequentemente diminui-se a quantidade de árvores no perímetro urbano de Parintins. Se há poucos anos considerava-se áreas como Aninga, Macurani e Parananema como zona rural, hoje já estão ligadas diretamente ao cotidiano parintinense como o conjunto Vila Cristina e a Unidade Parintins do Instituto Federal do Amazonas (Ifam), respectivamente, os símbolos dessa urbanização.


O compositor Emerson Maia, em 1996, previu a situação que Parintins encontra-se nos dias atuais: sua infância virou lenha, a macacada e a passarada se foram para nunca mais voltar e seu torrão virou deserto. Resta pouco para que seu rio esteja seco e ele se pergunte para onde irá. A devastação das matas ciliares, a morte de nascentes e o aumento das áreas desmatadas levam Parintins a passos largos para o colapso ecológico, culminando no ápice da calamidade social que a cidade já vive, com todas as mazelas que se notam nas ruas da cidade.


Fica a torcida que para que índios e brancos não continuem a chorar com a floresta queimada e não lamentem pelas vidas que se perdem em busca de um falso progresso. E que a última frase da canção de Emerson Maia possa ecoar na cabeça de toda a população parintinense: matar a mata não é permitido!

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