
Em 2017, a Agência Fluvial da Capitania dos Portos de Parintins instaurou 07 Inquéritos Administrativos sobre Acidentes e Fatos da Navegação Marítima (IAFN) para apontar o que levou a ocorrência dos acidentes marítimos e suas circunstancias, haja visto que a força armada não aponta culpados.
De acordo com o Capitão-Tenente Marcelo Barrios Lúcio, agente fluvial da Capitania dos Portos, cinco deles já foram concluídos e encaminhados para a Procuradoria Especial da Marinha que após analisar a conclusão pericial dos processos vai encaminha-los ao Tribunal Marítimo no Rio de Janeiro para o veredicto final sobre os acidentes.
“Temos 90 dias para apurar e concluir os procedimentos administrativos. Após a conclusão pericial os processos são encaminhados aos órgãos superiores da Marinha para a finalização do acidente” explicou.
Barrios adiantou que pretende concluir os dois inquéritos que ainda estão em tramite na Agência Fluvial até o final do mês. Nesta quinta-feira (04), o militar ouviu duas pessoas envolvidas no inquérito administrativo que apura as causas do acidente que vitimou o pequeno Luiz Felipe da Costa Marialva, de um ano e onze meses.
O menor morreu afogado no dia 18 de novembro de 2017 no Rio Amazonas e o cadáver não foi localizado. A família, o pai Felipe Marialva da Silva, 30, o tio Fábio Marialva da Silva e a mãe Estefany Costa da Silva, 19, navegava numa canoa de 6 metros conduzindo 30 melancias.
A criança estava no colo da mãe, grávida de 4 meses que também não sabia nadar, quando a canoa começou a tomar água nas proximidades da cidade Garantido, vindo a pique.
O militar informou que na maioria dos inquéritos administrativos, 90% a causa determinante para os acidentes marítimos é a imprudência. “90% é imprudência, isso porque a gente não está utilizando o etilometro para verificar o teor alcoólico de algumas pessoas que conduzem embarcações alcoolizadas”, comentou.
O agente da Marinha ressalta que a “teimosia” dos navegantes também ainda é um dos fatores que leva as infrações e acidentes da navegação marítima, principalmente quanto o não uso do colete salva-vidas, a condução de embarcações por pessoas não habilitadas e o excesso de passageiros nas grandes, médias e pequenas embarcações, incluindo canoas e bajaras.
A falta de consciência das pessoas que utilizam ou conduzem embarcações também é apontada pelo Capitão Barrios como negativa para que haja uma navegação segura.
“É preciso navegar corretamente utilizando o colete e um condutor habilitado, é a forma devida. Se vai sair no rio, saia direito, use o colete, não faça o passeio se tornar uma tragédia, basta uma vez pra virar tragédia e depois não adianta se arrepender, depois que aconteceu, não adianta mais arrependimento”, declarou.
A Agência Fluvial da Capitania dos Portos continua desenvolvendo fiscalizações nos rios do município de Parintins e região como forma de prevenir ocorrências de acidentes marítimos.
Todos os procedimentos e normas da navegação marítima estão sendo repassadas pelos oficiais aos proprietários de embarcações e passageiros como forma de prevenir irregularidades de superlotação e uso inadequado dos acessórios de segurança.
Fernando Cardoso | Repórter Parintins