Lagos do Macuricanã estão sendo invadidos pescadores ilegais

Lagos do Macuricanã estão sendo invadidos pescadores ilegais Foto: Fernando Cardoso Notícia do dia 24/11/2017

A área de proteção ambiental do Macuricanã que abrange os municípios de Parintins e Nhamundá está sendo depredada por invasores de lagos que nessa época do ano se aproveitam da fragilidade das mais diversas espécies de pescados e animais silvestres para cometer delitos ambientais.

 

O alerta foi feito pelo interiorano Dermilson Nunes Ribeiro. O cidadão explica que o Macuricanã concentra cerca de 50 lagos que anualmente são invadidos por pescadores ilegais capturando de forma desordenada e predatória o recurso pesqueiro.

 

Dermilson assegura que nos últimos meses a área ambiental registrou a maior depredação da década por falta de fiscalização dos órgãos ambientais. Ele estima que mais de 90 toneladas de pescado foram retiradas dos lagos de forma predatória.

 

Segundo Dermilson, a ação predatória também é cometida pelos próprios ribeirinhos que moram na área de proteção ambiental, inclusive, favorecendo pescadores ilegais do território paraense em troca de dinheiro, ranchos e combustível.

 

“O pessoal continua depredando os lagos. O Ibama diz que vai fiscalizar os pescadores, mas a pesca continua. Tem um que diz que o fulano estava cortando capim e pescando, vem outro e diz que são os vaqueiros, na realidade nós temos que se unir e combater os crimes ambientais”, relatou.

 

Para tentar evitar mais depredação dos lagos e captura ilegal do pescado, principalmente, das espécies no defeso para procriação, Dermilson procurou o Ibama para convidar um fiscal do órgão ir até a comunidade central e orientar quem pode ou não pode exercer a pesca artesanal no complexo protegido pelo Acordo de Pesca do Macuricanã.

 

“Estamos tentando firmar uma parceria com Ibama para solucionar os conflitos entre os próprios ribeirinhos e os pescadores que invadem os lagos com finalidade de executar a pesca comercial. Está na hora de acabar isso e tomarmos alguma providência dentro da comunidade”, declarou.

 

O cidadão explica que embora exista uma política de Gestão de uso dos Recursos Naturais a ser seguida pelos comunitários, os lagos são invadidos de forma desordenada, inclusive, não está mais sendo realizadas as atividades de monitoramento e controle do Acordo de Pesca do Macuricanã.

 

“Os pescadores de pequena classe tem arreios com comprimento entre 10 a 200 metros, enquanto os que vêem do Pará usam arreios que chegam entre 10 a 20 mil metros, arrastando todas as espécies pequenas e grandes”, comentou.

 

Para tentar amenizar o problema e os conflitos, o fiscal ambiental do Ibama, Salvador Leal, estará amanhã (24) na comunidade São José participando de um encontro com os comunitários.

 

Fernando Cardoso | Repórter Parintins

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