Construção civil, setor sem perspectiva de empregos e grandes obras

Construção civil, setor sem perspectiva de empregos e grandes obras Foto: Fernando Cardoso Notícia do dia 09/11/2017

Operários da área da construção civil lamentam a oferta de emprego no setor e questionam as empresas que continuam deixando de pagar os direitos trabalhistas e não aumentam o salário produtividade.

 

O pedreiro Raimundo Souza Martins acredita se não houvesse tantas paralisações em algumas obras inacabadas na cidade, o setor poderia estar melhor.

 

O pedreiro acredita que as possíveis irregularidades na aplicação dos recursos públicos fizeram a municipalidade e o Estado interromper a continuação das obras.

 

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Área da Construção Civil e Imobiliários de Parintins, Anísio Fragata, afirma que a oferta de emprego no setor diminuiu 70% nos últimos anos e sem perspectiva para o próximo ano.

 

Fragata lamenta a falta de obras na cidade para fomentar o setor da construção civil. Ele explica que muitos pedreiros, carpinteiros e serventes vivem na informalidade, trabalhando avulso e sem garantia de seus direitos trabalhistas.

 

“O que ainda temos são algumas obras residenciais, mas grandes obras para fomentar a classe não temos. Muitos pedreiros e serventes pra sobreviver tem que se sujeitar ao trabalho avulso”, explicou.

 

Anísio Fragata lamenta que há classe ainda continue desorganizada, com os operários e mestres de obras trabalhando em desacordo com o que rege a regulamentação da construção civil.

 

Ele reconhece que a desorganização da categoria parte algumas das vezes dos trabalhadores e os empresários tirando proveito procuram diversas formas de fugir da Legislação Trabalhista para não pagar encargos e direitos do trabalhador.

 

“Quando tem uma obra, o empresário não quer assinar a carteira, pagar o salário base e nem os encargos, claro que o trabalhador não quer ficar sem trabalho, se sujeita as propostas indecentes, as vezes corre até risco porque não trabalha com os equipamentos de segurança”, comentou.

 

O sindicalista alerta que quando tem alguma obra de maior porte na cidade, os empresários as terceirizam, agindo de uma outra forma, ou seja, contratando grupos de pessoas que não terão carteiras ou contratos assinados trabalhando em forma de empreita fugindo da responsabilidade trabalhista.

 

No entanto, Fragata destaca que se o trabalhador for pleitear na justiça os seus direitos o empreiteiro será responsabilizada em pagar os benefícios assegurados pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). 

 

O sindicalista explicou ainda que o salário pago na área da construção civil continua o mesmo desde de junho de 2016. O salário de um pedreiro, por exemplo, é de R$ 1.346,13, enquanto do servente é R$ 994,88.

 

Fragata adiantou que existe um estudo para reajuste dos salários dos profissionais da categoria, mas o aumento depende ainda do Sindicato dos Patrões. O valor do salário do pedreiro seria elevado para R$ 1.480,74, enquanto do servente passaria para 1.094,33.

 

Em 2016, o Brasil perdeu 62.844 mil vagas de emprego formal.     A crise que atinge o País afetou também o município de Parintins.

 

Fernando Cardoso | Repórter Parintins

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