Casos de estupros em Parintins superam números de 2016, revela delagada

Casos de estupros em Parintins superam números de 2016, revela delagada Notícia do dia 06/11/2017

Inúmeras crianças e adolescentes em Parintins são explorados sexualmente, segundo dados da Delegacia Especializada em Crimes Contra Mulheres, Menores e Idosos (DECCMI).

 

São menores entre 8 e 17 anos que sofrem abuso sexual, estão envolvidos em prostituição infantil ou são vítimas de pornografia. A grande maioria das vítimas é pobre e do sexo feminino.

 

As estatísticas da DECCMI apontam que no período de janeiro a outubro de 2017 já foram 36 casos de estupros e 08 de tentativas com mais de 50 inquéritos policiais encaminhados ao Ministério Público e Justiça, um número maior que em 2016.

 

“Existem situações em que as vítimas eram abusadas desde 07 e 09 anos, agora elas tomaram coragem e vieram procurar a delegacia para tomar as providencias. Existem situações que a gente verifica que não é exatamente crimes de estupro, mas é importante também porque fica o alerta para vir na delegacia denunciar”, disse a titular da DECCMI, delegada Alessandra Trigueiro.

 

De acordo com a autoridade policial, existem inúmeras denúncias, principalmente via o número Disk 100, mas nem todas são verídicas. “Esses crimes podem estar acontecendo, mas as vítimas na maioria das vezes tem medo de denunciar temendo sofrer represálias por parte do abusador” explicou.

 

Ainda é verificado no município uma deficiência na prevenção e repressão dos crimes de exploração sexual envolvendo crianças e adolescentes, como favorecimento da prostituição, estupro de vulnerável e produção de cena de sexo explícito ou pornográfica, especialmente no interior.

 

“Quanto o aumento dos casos, acredito que as pessoas estão mais esclarecidas e denunciando mais. É um número que supera o ano passado, mas de certa forma as vítimas estão procurando mais a delegacia pra fazer a denúncia”, comentou a delegada.

 

Os casos que chegam ao conhecimento das autoridades judiciais, ministeriais e policiais são mantidos em sigilo absoluto para não atrapalhar as investigações, porque além de envolver membros da própria família, envolvem também pessoas de todas as classes da sociedade parintinense.

 

De acordo com a Lei Federal 12.015, que trata de crimes hediondos e corrupção de menores, manter relação sexual com adolescentes de até 14 anos é presumidamente um ato de violência, mesmo quando o sexo for consentido. A pena pode chegar a 15 anos de prisão.

 

Fernando Cardoso | Repórter Parintins

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