Ifam produz o hormônio de crescimento do tambaqui em fungo modificado

Ifam produz o hormônio de crescimento do tambaqui em fungo modificado Foto: Divulgação Notícia do dia 31/10/2017

Aumentar a produção de pescado no tempo menor de cultivo e ainda gerar economia de energia, ração e maior rendimento ao piscicultor. Esses são alguns dos objetivos de um projeto inovador desenvolvido, com apoio do Governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), pelo professor pesquisador Elson Sadalla, do campus Coari. A pesquisa consiste na produção do hormônio de crescimento recombinante de tambaqui na levedura Pichia pastoris, ou seja, em fungos.

 

Doutorando em Biotecnologia na Ufam, Sadalla diz que o estudo tem o foco de inovação científica, tecnológica e também cunho social, uma vez que contemplará as pequenas famílias que trabalham com cultivo de pescado no Amazonas.

 

“A levedura produzindo o tGH pode ser utilizada na piscicultura com o objetivo de acelerar o crescimento do tambaqui. O hormônio de crescimento é uma proteína produzida naturalmente pelo próprio animal, mas em condições de estresse, durante o cultivo, o animal reduz o nível de produção do GH, e isso limita o crescimento dele no cativeiro. A nossa proposta é obter GH a partir de uma fonte externa, que possa ser administrada aos peixes pelo próprio piscicultor”, disse Sadalla.

 

Atualmente a pesquisa está na fase de produção e concentração do tGH recombinante. Para isso, o pesquisador informou que estão obtendo a máxima quantidade de GH purificada para ser utilizada no ensaio zootécnico. A previsão é que os ensaios zootécnicos tenham início no mês de outubro/novembro e terão duração de três meses. Nesse experimento, o tGH recombinante será administrado por meio de injeções nos animais, que é a forma mais controlada para fazer o experimento. A taxa de crescimento dos animais será monitorada durante o experimento.

 

“Posteriormente, vamos fazer testes através da ingestão e administrar nossa proteína recombinante junto as rações. Esperamos que até o fim de 2017 já estejamos com o nosso protótipo alfa, com todas as descrições sobre a sua funcionalidade e aplicabilidade para, a partir disso, pensarmos em lançar o produto no mercado”, explicou Sadalla. “No final do cultivo esperamos também gerar informações sobre a qualidade da carne desses animais submetidos ao hormônio de crescimento recombinante. Vamos realizar alguns testes para verificar a composição bromatológica e qualidade da carne dos animais submetidos a nossa proteína recombinante”. 

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