Rede Jovem conscientiza para prevenção e tratamento da AIDS em Parintins

Rede Jovem conscientiza para prevenção e tratamento da AIDS em Parintins Foto: Fernando Cardoso Notícia do dia 31/10/2017

No Amazonas milhares de pessoas estão convivendo com o vírus HIV e com Aids, muitos nem sabem que possuem o vírus. A aids até 2003 era considerada uma epidemia de crescimento lento, mas atualmente está em expansão, crescendo substancialmente, principalmente, entre os jovens entre 15 e 24 anos e em homens que praticam sexo com homens.

 

De acordo com o coordenador da Rede Jovem de Pessoas Vivendo com HIV/AIDS, João Marcos Dutra, 22, no Amazonas tem se discutido muito as políticas públicas para os jovens que vivem com a doença e a busca por respostas para minimizar a epidemia do HIV na juventude.

 

Para João Marcos, estar em Parintins é um momento oportuno para que a juventude esteja mobilizada no enfrentamento da epidemia de HIV, segundo ele, muito comum no município de portadores do vírus abandonarem o tratamento.

 

“Aqui em Parintins é muito comum nós termos abandono de tratamento e por isso alguns adolescentes, jovens e adultos acabam indo a óbito”, relatou.

 

Marcos garante que permanecer junto aos jovens é uma forma de quebrar o preconceito e conscientizar a população para que não haja descriminação e marginalização das pessoas vivendo com o HIV.

 

“Assim quem sabe a população está dando autonomia e autoestima para que essas pessoas que estão vivendo com a doença possam ter acesso a saúde”, comentou.

 

Uma das bandeiras de luta da Rede Jovem, segundo Marcos, é a aplicação da ética por parte dos profissionais de saúde quando o soro positivo procura um centro de saúde e encontra alguém conhecida, se ele exercer a ética, outras pessoas não ficarão sabendo que a pessoa está com a doença, mas se houver a quebra do sigilo, provavelmente ficarão sabendo da sorologia da pessoa vivendo com HIV.

 

“Isso causa estigma, preconceito e abandono de tratamento. Se houver sigilo, é maior a possibilidade de adaptação ao tratamento, além do controle da doença e maior qualidade de vida ao portador”, explica.

 

Em quase todos os bairros de Parintins, há ou houveram pelo menos um caso com diagnóstico positivo, tanto no sexo feminino quanto no masculino, a faixa etária mais atingida é a de 25 a 29 anos, embora os homens ainda concentrem o maior número de casos de Aids, principalmente os que têm entre 25 e 49.

 

João Marcos diz que é preciso intensificar as informações junto as populações vulneráveis com ações de controle e prevenção, precisa ser reforçado, principalmente os conceitos de proteção para evitar que sejam fluxos de difusão da Aids.

 

“O melhor método para a prevenção ainda é o uso da camisinha, lembrando que HIV/AIDS não tem cor, se é rico, pobre, preto, branco, analfabeto ou universitário, mulher, homem e homossexual, todos podem pegar se não se prevenir, por isso é muito importante da camisinha em todas as relações sexuais”, alerta.

 

No primeiro semestre de 2017 já haviam sido identificados 13 casos da doença, dos pacientes, 11 são homens. A estatística geral da doença, mostra que entre 1992 a 2016, cerca de 400 casos de HIV/AIDS foram registrados no município, com mais de 100 pessoas mortas em conseqüência das infecções causadas pelas mais diversas doenças que se associam ao male.

       

Fernando Cardoso | Repórter Parintins

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