*Victoria Angelo Bacon
A Lava Jato está perdendo forças ou sendo ameaçada; eis o grande questionamento da esmagadora população brasileira que viu atônita os últimos acontecimentos políticos em todo o mês de outubro. Notório observar que a operação (lava jato) num tom de esmagada jamais ocorrerá mesmo com o corporativismo no Congresso Nacional.
A operação Lava Jato se tornou uma campanha de total respaldo popular, porém os fatores Aécio Neves e Michel Temer salvos nas duas Casas do Congresso, foram interpretados pela população como a resistência a essa grande operação nacional que mudou nitidamente os rumos da República. Essas lideranças políticas aqui ditas foram salvas nesse primeiro momento, porém, serão submetidos mais tarde ao julgo popular através das urnas e posteriormente responderão judicialmente pelos crimes que cometeram.
Nós queremos vísceras já, porém, a morosidade jurídica e o devido processo legal são os fatores essenciais que não fazem parte do tempo da (na) política. O espírito corporativo, independente do partido A ou B, torna cada vez mais incrédulo a classe política brasileira. A vitória do senador Aécio Neves nesse círculo de corporativismo será uma derrota mais tarde (para ele), pois é nítida que sua carreira está fadada no qual usou o nome do avô para se eternizar e foi enterrado antes da véspera do falecimento.
A abundância da corrupção no Brasil está ligada as commodities onde houve uma robustez institucionalizada de empresas com partidos políticos e suas lideranças. A Lava Jato tem três anos partindo para quatro e produz resultados jamais assistido na história da República. Temos hoje líderes presos que no passado nunca imaginaríamos que ocorreria tal acontecimento, entre eles cito; Eduardo Cunha, Sérgio Cabral e Henrique Eduardo Alves, cacifes que davam as cartas em seus feudos e hoje estão reduzidos a pó.
A revolta popular estará manifestada nas eleições de 2018, uma revolta institucional, pois as crenças nas instituições e nos partidos políticos nunca esteve tão em alta. Haverá um grande espaço para os “novos” ou “incertos” que se aproveitaram dessa revolta. Poderemos ter até uma reviravolta na agenda legislativa, após os últimos acontecimentos que desgastaram parte do parlamento. Mesmo havendo a defesa coorporativa o que decidirá é a vontade popular, alimentada por uma plataforma anticorrupção. Esta revolta terá ações graves, em alguns pontos benéficas; porém o surgimento de um “novo” numa incógnita, uma espécie de ator político. A geração de hoje tem uma nova percepção de conhecimento, leitura e relacionamento com as redes sociais o que não houve na necessidade de um salvador da pátria quando duelaram Collor e Lula há 28 anos.
A preocupação da população é a crise moral que atingiu a política e não a crise econômica. A economia elegeu Fernando Henrique Cardoso em 1994 um desconhecido até então. A economia elegeu o salvador da pátria de 1989, Lula, 23 anos depois. A economia pela primeira vez não está na ansiedade da população em busca do novo líder político em 2018. A população está sedenta nas pesquisas que a corrupção é o tema mais importante do país, ultrapassando o emprego e a segurança. As grandes crises geram novas mudanças e as questões morais decidirá o futuro desse país sem ou com um novo aventureiro ou um salvador da pátria.
* Secretária Executiva e Jornalista da Fundação Universidade Federal de Rondônia | Whatsapp (69) 992710548