Dia de Campo apresenta alternativas para a pecuária no período da estiagem

Dia de Campo apresenta alternativas para a pecuária no período da estiagem Foto: Fernando Cardoso Notícia do dia 27/10/2017

Em busca de recuperar áreas degradadas, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/AM) e Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa da Amazônia Ocidental (Embrapa), realizou na manhã desta sexta-feira (27), no Parque de Exposições Agropecuárias Luiz Lourenço de Souza, um Dia de Campo sobre a Produção de Volumosos e Sistemas Integrados na Pecuária para convivência com a seca no âmbito do Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas na Amazônia (PRADAM).

 

O evento contou com o apoio da Prefeitura de Parintins, por meio da Secretaria de Pecuária, Agricultura e Abastecimento (Sempa), Universidade Federal do Amazonas (Ufam), através do curso de Zootecnia, Instituto Federal do Amazonas (IFAM), através do curso de Zootecnia e Meio Ambiente, Senar e Associação dos Pecuaristas de Parintins (APP).  

 

O coordenador do Núcleo da Embrapa em Parintins, o engenheiro agrônomo Jeferson Macêdo ressaltou que quatro estações abordando práticas, inovações e tecnologias alternativas para a alimentação do gado em períodos secos em Parintins podem nortear os setores pecuário e produtivo para conviver com o período de estiagem (seca) como forma de minimizar as percas que acontecem anualmente.

 

“A pecuária em Parintins responde por 75% do PIB do setor agropecuário, só que essa produção está em decadência. Hoje nós temos menos de 60 mil animais no município, mas aqui não estamos mostrando problemas e sim soluções”, frisou.

 

Jeferson reafirmou que é necessário investir na produção de volumosas alternativas e não só contar com a pastagem natural ou plantada.

 

“É preciso formar campineira com cana, camerom, capim elefante e outros. A várzea hoje já não é um agrossistema que pode-se pensar em produzir pecuária, é possível produzir na terra firme o ano todo sem ter problema de alimentação pros animais, sem ter problema de decadência, de produção de carne ou de leite”, comentou.

 

O prefeito em exercício, Tony Medeiros, participou do ato de abertura, reforçando o compromisso da administração municipal em apoiar iniciativas para o fortalecimento do setor primário com investimentos em tecnologias, melhoramento genético, produção de volumosas alternativas para que o rebanho bovino possa conviver com o período de estiagem (seca).

 

“Quem não investe no agronegócio está na contramão da economia mundial. Precisamos trabalhar esse novo momento, investindo em tecnologias e práticas alternativas”, disse.

 

O secretário municipal de Pecuária, Agricultura e Abastecimento (SEMPA), Edy Albuquerque, disse que o evento foi uma oportunidade única para os produtores, agricultores, extensionistas, técnicos e pesquisadores absorvessem conhecimentos para depois difundi-los aos agricultores familiares.

 

“Essas experiências que estão sendo mostradas nesse dia de campo permite que o produtor possa ter uma visão mais ampla do que é o setor produtivo, na pecuária, na piscicultura, agricultura, no agronegócio em si, integrando esse ambiente produtivo as tecnologias”, enfatizou.

 

A gerente técnica do Senar/AM, Rafaeli Lameira, enfatizou o trabalho do Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas na Amazônia (PRADAM), em apresentar práticas inovadoras e tecnologias alternativas para a alimentação do gado em períodos secos na Região Norte.

 

“O programa tem como objetivo sensibilizar quem já atua dentro dessas atividades como a pecuária, que é vista como degradante, mas que sendo bem conduzida e de forma sustentável pode dar um bom retorno pro município quanto pros produtores”, ressaltou.

 

Rafaeli disse que vislumbrou os pecuaristas e produtores parintinenses interessados em cultivar áreas de capim nativos da região, aquisição de sementes e o que precisa para a realização de análises do solo como forma de combater a estiagem com a produção de feno, silagem e a utilização da cana-de-açúcar com ureia para suplementação de bovinos na época da seca na região.

   

Parintins já teve um rebanho bovino e bubalino estimado em cerca de 160 mil cabeças. A quase uma década perdeu o status de maior criador de animais bovinos para Boca do Acre, que hoje, segundo a ADAF conta com 345.207 animais bovinos e bubalinos.

 

Atualmente pelos dados da ADAF, o município parintinense não passa de 68 mil cabeças de gado. O setor primário é o que gera mais empregos e rendas no município, empregando diretamente e indiretamente cerca de 30 mil pessoas.

 

Fernando Cardoso | Repórter Parintins

Tags: