Arte do grafite e o vandalismo da pichação

Arte do grafite e o vandalismo da pichação Foto: Fernando Cardoso Notícia do dia 26/10/2017

Residências, escolas, monumentos e templos religiosos de Parintins não escapam dos atos de vandalismos praticados por pichadores ainda não identificados.

 

Na área central da cidade as pichações estão visíveis em muros de casas, escolas e parede de igrejas, antes, a do Sagrado Coração de Jesus era mais atingida pelas pichações, um dos fatos que levou a Paroquia erguer cerca para evitar os atos de vandalismo.

 

Os pichadores não poupam a boa visualização, abusaram de palavras que vão desde o baixo calão, pornográficas e incentivo ao uso de entorpecentes.

 

Proprietários de residências e estabelecimentos comerciais que sofreram pichações lamentaram o ato de vandalismo explicando que acabaram acumulando prejuízos porque vão ter que pintar novamente muros e paredes.

 

Alguns pichadores flagrados alegam que são grafiteiros, porém existe uma grande diferença entre grafite e pichação. A arte visual verdadeira se observa no muro do Colégio do Carmo, Colégio Batista e TV Amazonas, o mais usado para a arte da pintura.

 

A grafiteira manauara Taizes Benlolo ressalta que há uma grande diferença da grafite e pichação. “A grafitagem é considerado uma arte de rua, já a pichação não é considerada uma arte, e sim uma atitude de vandalismo como o que acontece com igrejas, residências e muros de escolas” explicou.

 

Taizes ressalta que o assunto é polêmico, mas pode ser diferenciado pelos vários quesitos que a grafitagem e a pichação possuem.

 

“Grafite é a arte bem elaborada, precisa ser feita com uma temática, um contexto por trás, elaborar, pensar nas cores e técnicas. A pintura da grafite tem que ser em muro autorizado, até porque são locais de constante movimentação de pessoas com todos os tipos de pensamentos e apreciações, podem gostar ou não gostar, por isso o tema tem que ser bem elaborado, isso é muito diferente da pichação que não é saudável”, comentou.

 

A baiana Izabela Batista Ramos que também manipula a arte da grafitagem diz que fazer arte não é agredir como no caso da pichação onde são expostas palavras agressivas e imorais.

 

Izabela ressalta que a arte visual da grafitagem é desenvolvida sempre com temáticas onde é explorado o dom da pintura da pessoa, diferente da pichação onde o ponto central é o vandalismo.

 

A prática de pichar pode levar uma pessoa a cadeia durante muito tempo. A mais recente arma contra a ação dos pichadores é o artigo 65 da lei dos crimes ambientais, número 9.605/98, existente desde1998 e que estabelece punição de três meses a um ano de cadeia e pagamento de multa para quem for flagrado pichando os prédios, praças, edifícios públicos e privados.

 

No centro da cidade alguns estudantes já foram presenciados portando alguns frascos de spray com tinta automotiva e tinta para colorir cabelos, questionados alegaram que os spray eram para pintar telas e quadros.

 

Fernando Cardoso | Repórter Parintins

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