Victoria Angelo Baacon *
Apesar da grave crise estamos necessitando de uma renovação política que parte de uma crise de representatividade. Quem elegeu não se sente representado e a distância entre eleitor e eleito a cada vez mais aumenta, não respondendo ao anseio da população. Há um distanciamento profundo entre a sociedade civil e a classe política, exemplo é a quantidade enorme de jovens querendo participar da política, porém não encontram canais para a renovação. A crise do sistema político brasileiro foi escancarada pela Operação Lava Jato. O ciclo político iniciado com a redemocratização do país e a “Nova República” inaugurada pela Constituição de 1988 parece esgotado.
Em seu último programa partidário, exibido pela TV, o PSDB disse que o “presidencialismo de coalizão” degenerou em “presidencialismo de cooptação”. Assumiu sua culpa no cartório e abriu uma crise interna que está colocando em dúvida a própria permanência do partido. O PT, que polarizou a política nacional com o PSDB nos últimos 20 anos, também está em crise em decorrência dos escândalos de corrupção. Por causa da Lava Jato, não se sabe se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, principal figura do PT desde sua criação na década de 1980, poderá ser candidato nas eleições de 2018.
A necessidade de mudanças profundas na política brasileira parece evidente, mas os caminhos para fazê-las não são tão óbvios. Um projeto de reforma política em discussão no Congresso Nacional suscitou críticas generalizadas de que as mudanças pretendem apenas garantir a permanência das atuais lideranças partidárias no poder e impedir a renovação dos quadros políticos.
O sistema de eleições para o Congresso Nacional e Assembleias Legislativas, vigente atualmente no país, é considerado o mais propício para promover renovações. Ao mesmo tempo, ele levou a uma hiperfragmentação do quadro partidário. O país tem hoje 35 partidos políticos registrados na Justiça Eleitoral, e 25 têm representantes na Câmara dos Deputados – uma das causas para o “presidencialismo de cooptação”.
A economia vem se salvando, aqui abro um parêntese aos empresários, micro, empreendedores e profissionais liberais que vem lutando dia a dia bravamente por sobrevivência e acreditam que o Brasil ainda pode dar certo, e o tal “jeitinho” possa ser banido.
A atual conjuntura não é favorável aos políticos, aos partidos, isso falando do ponto de vista ético-moral, estes os maiores responsáveis pela atual situação do país, cheio de frustrações e incertezas na economia.
O acúmulo de escândalos, a impunidade causa temor em toda sociedade, respectivamente no campo econômico e em investidores. É preciso mudanças rápidas, é necessário conscientização moral e ética.
Mais importante, é o resgate da credibilidade, a renovação política e partidária, a punição para culpados e o ressurgimento de uma nova fase para a nação brasileira. O exemplo começa dentro de casa.
* Secretária Executiva e Jornalista
Porto Velho - Rondônia