A crise nacional e a ausência de uma política econômica e geração de empregos no município são apontados pelos empresários, lojistas, comerciantes e locadores de imóveis do setor comercial como o fator principal para o fechamento de vários comércios na cidade.
Em todos os bairros de Parintins é visível imóveis que abrigavam lojas fechados, a maioria concentrada no centro da cidade. Pelo menos dez comércios que funcionavam na área da Francesa no ramo de vestuário, calçados e miudezas fecharam as portas levando a demissão de mais de 50 trabalhadores.
A autônoma Rosélia Brandão que mantinha na Orla da Francesa a Comercial Ai Ai Ui Ui comentou que o movimento estava muito fraco e não vinha conseguindo arrecadar o valor do aluguel do prédio.
Segundo ela, as vezes conseguia arrecadar por dia R$ 80, muito abaixo do que precisaria para pagar o aluguel do prédio no valor de R$ 900, encargos e tributos.
Um lojista que preferiu anonimato e que atua no ramo de equipamentos musicais, eletrodomésticos e eletroeletrônicos há 25 anos relatou que não vinha conseguindo pagar o aluguel do prédio no centro e foi forçado a mudar de local, mas já anunciou que em dezembro fecha a porta apontando o fraco movimento de compras e dinheiro na cidade.
O locador de imóveis no setor comercial, Raimundo de Jesus, o Guruga, disse que a seis meses não consegue alugar dois pontos comerciais localizados na Rua Faria Neto.
Guruga relatou que os locatários entregaram os imóveis sob alegação que não vinham conseguindo vender o suficiente para se manter e pagar o aluguel.
“Nunca vi um situação como está acontecendo em Parintins. Achei que no final do ano passado e início de 2017 as coisas iriam melhorar com a nova administração, devo ser justo que já vejo algumas pessoas trabalhando em diversos setores, mas o dinheiro sumiu”, comentou.
Até o pequeno comerciante sentiu o desaquecimento nas vendas forçando alguns fecharem as portas e mudar de ramo. A crise econômica atinge também os comerciantes que mantem comércios na zona rural do município.
O pequeno comerciante Fernando Batista diz que pode fechar a sua mercearia por conta da clientela estar optando pelo fiado, dificultando a aquisição de novos produtos para a comercialização.
“Não é que a gente não queira vender fiado para as pessoas, mas as vezes a pessoa não consegue pagar me prejudicando porque não tenho dinheiro em caixa para repor a mercadoria, então vai ser o jeito fechar as portas”, comentou.
No Bairro Paulo Corrêa, o comerciante Mário Souza fechou as portas do comércio de bebidas e junto com a família foi para Manaus tentar a sorte no ramo de hortifrutigranjeiros na Feira Moderna.
Ele contou que buscou várias alternativas para manter o comércio funcionando, mas as vendas despencaram e não vinha conseguindo honrar os compromissos.
Na Agência Regional do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) em média 40 pessoas dão entrada no órgão requerendo o seguro desemprego, numa demonstração que embora estável, o número de desempregados ainda é grande nos municípios da jurisdição do órgão.
Fernando Cardoso | Repórter Parintins