Vazante pode ser uma das maiores no Baixo Amazonas

Vazante pode ser uma das maiores no Baixo Amazonas   Foto: Fernando Cardoso Notícia do dia 04/09/2017

O coordenador da Defesa Civil do Estado na Região, tenente Wilson Silva, alerta para a possibilidade de uma grande seca que começa a ser vivenciada no município de Parintins com a vazante de rios, lagos e igarapés.

 

De acordo com Wilson Silva, a falta de chuvas no Amazonas nesse período e a alta temperatura faz com que o nível dos rios apresente anormalidade, preocupando os órgãos de monitoramento (Defesa Civil Estadual e Municipal e Marinha), visto que quase todo transporte da região, principalmente dos produtos agrícolas e ribeirinhos é feito via fluvial.

 

O militar explica que o nível do Rio Amazonas está baixando em média 12 centímetros por dia, um sinal que a estiagem pode ser uma das maiores na região, por isso faz o alerta para que os ribeirinhos e as comunidades rurais comecem a se preparar para uma seca de grande proporção.

 

Segundo o tenente, o nível do Rio Amazonas nesta segunda-feira (04) está em 4 metros e 56 centímetros, 24 centímetros abaixo do nível registrado no ano passado no mesmo período quando o rio atingiu 4 metros e 80 centímetros.

 

“A vazante está bem acentuada e isso é indicio de uma grande vazante, alertamos para que as comunidades comecem a se mobilizar, pois o nosso trabalho é orientar, porém a Defesa Civil Estadual e Municipal já iniciaram os trabalhos de forma preventiva” comentou.

 

A maior vazante registrada na região foi em 2005 quando o nível do rio atingiu 2 metros e 62 centímetros. Para que a vazante de 2017 chegue ao mesmo número, o rio tem que baixar 1 metro e 94 centímetros.

 

Wilson Silva explica que a maior preocupação é com a trafegabilidade, o abastecimento e o bem estar social das comunidades que vivem à beira dos rios, onde a estiagem e os problemas começam a se antecipar.

 

O tenente bombeiro militar garante que ainda não houve isolamento de comunidades, desabastecimento de alimentos, danos humanos, materiais e econômicos que possam levar a situação de emergência.

 

“A Defesa Civil do Estado monitora diariamente os níveis do Rio Amazonas e quando necessário faz o levantamento de pessoas que podem ser afetadas e qualquer situação anormal, principalmente em relação às comunidades que vivem as margens da calha do Baixo Amazonas para que providências possam ser adotadas. O processo de vazante no Rio Amazonas segue monitorado com níveis abaixo da média para época” disse.

 

Silva ressalta que o estado de atenção é o primeiro estágio de um desastre, que pode evoluir para um alerta e posteriormente para uma situação de emergência, mas isso ainda não aconteceu no Baixo Amazonas.

Interioranos que moram na região da Costa do Amazonas, Uaicurapá e Zé Açú disseram que aguardam a presença da Coordenação Municipal de Defesa Civil (Condec) na zona rural para auxiliar os setores que começam a ser afetados diretamente pela estiagem, entre eles, o setor de educação e a falta de água potável em comunidades de terra firme.

 

De acordo com os interioranos o órgão precisa atuar com mais brevidade porque muitas famílias estão sendo atingidas pelo fenômeno natural que acelerou a vazante dos rios, lagos e igarapés.

 

Pelo menos em quatro municípios que compõem a calha do Baixo Amazonas (Parintins, Barreirinha, Nhamundá e Boa Vista do Ramos) seguem em estado de atenção por conta dos níveis baixos dos rios nessas regiões. 

 

Fernando Cardoso | Repórter Parintins

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