A crise política agrava a economia?

A crise política agrava a economia? Notícia do dia 11/07/2017

* Victoria Angelo Bacon

 

O ministro Carlos Velloso, que presidiu o STF, em fevereiro de 2017 recusou convite do presidente Michel Temer em assumir o cargo de ministro da justiça. Diplomaticamente não aceitou alegando que por hora estaria envolvido em outros projetos pessoais, porém é sabido que o conhecimento vasto do então ministro do STF em política e justiça teria lhe dado a sensatez a não queimar e poluir sua história e currículo de jurista e docente e se tornar chiste à platéia nacional.  A crise política desde o convite feito por Temer à Velloso tomou proporções jamais assistida na história da República, proporções essas sem controle. Mês a mês um novo escândalo político paira, colocando qualquer planejamento estratégico na economia literalmente no lixo.

 

O esforço numa possível melhoria na economia começou com as Reformas Trabalhista e Previdenciária no atual governo. O mercado vem aceitando muito bem o aceleramento das reformas no Congresso, porém a massa da opinião pública quer renovação na política e essa afetará a melhoria na economia. Não existe milagre econômico se não existir um estancamento da sangria que vão desde as delações até a interferência do Supremo Tribunal Federal na política nacional.

       

O mercado vem reagindo a um aquecimento muito modesto, porém o desemprego continua crescendo a estamos entrando num cenário de desinflação que é tão perigoso quanto a nossa conhecida e temerosa inflação dos anos 80.

        

A incerteza política ainda tem contribuído para os baixos níveis de confiança, tanto de empresários como de consumidores no relatório publicado pelo FMI e que foi comentado na reunião do G-20 em Hamburgo. Os economistas do Fundo evitam comentar mais detalhes da situação política do país na reunião anual, mas ressalta que reformas econômicas e um ajuste fiscal são essenciais para restaurar a confiança dos agentes e abrir espaço para o Brasil voltar a crescer. Há outro lado (vertente) ligado ao FMI e ao G-20 que declararam na reunião que enquanto a crise política não for solucionada em curto prazo não teremos solução na economia.

      

No Brasil, uma combinação de fragilidades macroeconômicas e problemas políticos têm dominado o cenário econômico. Temer chega com discurso pronto no G-20 que não há crise econômica, porém os países participantes da reunião concordam que há. Triste fim para Michel Temer!

 

Secretária Executiva e Jornalista (Fundação Universidade Federal de Rondônia)

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