A Delegacia Especializada em Crimes Contra Mulheres, Menores e Idosos (DECCMI), registrou de janeiro a março deste ano, 08 casos de estupros, 02 tentativas de estupros e 02 aliciamentos de menores, um aumento de 100% comparado ao mesmo período de 2016. Dos atuais casos, dois envolve menores do sexo masculino.
Pelas estatísticas, esse tipo de crime vem aumentando a cada ano. Em 2015, a Delegacia Especializada em Crimes Contra Mulheres, Menores e Idosos (DECCMI) registrou 48 casos de estupros e 07 tentativas de estupros.
Em 2016, o número de estupros aumentou 50 casos, diminuindo a tentativa de estupro para 06 casos. O aliciamento de menores, também chamaram atenção no mesmo ano, 15 casos ao todo.
De acordo com a assistente social, Roziane Macêdo, do Núcleo do Serviço Social da DECCMI, muitos casos de violência sexual estão acontecendo no município, a maioria no seio familiar. “Os novos dados que estão sendo levantados devem apontar um índice maior de estupros envolvendo crianças e adolescentes” declarou.
A assistente social confidenciou que os casos envolvem menores entre 4 a 16 anos, mas que houve no início do ano um deles envolvendo um bebê de 01 ano e 04 meses, que sofreu abuso por parte de um membro da família.
Roziane disse que a gravidez precoce ronda as menores que sofreram violência sexual, revelando que uma adolescente engravidou do pai biológico, inclusive, o acusado foi levado à disposição da Justiça.
Os casos de estupros, exploração sexual e aliciamentos são complexos porque precisam de uma investigação minuciosa para apurar se o fato e verdadeiro ou falso.
A assistente social explica que a criança, por exemplo, quando é atraída por meio de carinho, supõe que o abusador está acariciando como se fosse o carinho do pai ou da mãe, mas quando ela sente que vem sofrendo o abuso passa a ter comportamentos anormais.
“Quando os abusos se iniciam, a criança entende que o carinho é de pai permitindo que o abusador passe a tocá-la ou tente algum tipo de penetração, mas depois começa a demonstrar que vem sofrendo violência sexual”, explica.
Quando se trata de violência sexual no âmbito familiar e o caso é revelado pela vítima, torna-se um choque e impacto na família. Roziane assegura que a família na maioria das vezes encobre o membro acusado, inclusive, durante o pedido de solicitação do exame de conjunção carnal, a família não cumpre o seu papel.
“Família precisa denunciar, inclusive, as vezes torce para que o exame seja negativo, mas quando o resultado é positivo é um choque. A maioria dos exames o resultado sempre é positivo” comentou.
No âmbito familiar, os acusados por ordem são: padrastos, tios, pais, avós e primos. No caso intrafamiliar, os acusados são vizinhos, amigos e desconhecidos no caso de aliciamento e uso de violência.
Além do assédio de aliciadores as menores, consta também adolescentes atiradas que, inclusive, às vezes acabam se vendendo ou se prostituindo em troca de dinheiro ou objetos como: celulares, roupas e sapatos.
As Varas de Justiça de Parintins possuem atualmente cerca de 230 processos em andamento envolvendo estupros, aliciamentos e exploração sexual cometidos contra crianças e adolescentes.