Encantaria do Imaginário Caboclo em evidência pelo Caprichoso

“Encantaria”, resinifica a cultura da floresta, abrindo os portões submersos dos encantos do Olimpo Amazônico, das lendas, magia, mitos e religiosidade

Encantaria do Imaginário Caboclo em evidência pelo Caprichoso Fotos: Igor de Souza Notícia do dia 01/07/2017

Boi Caprichoso abre a noite deste sábado (01), apresentando a segunda sinopse das três noites de suas apresentações na arena do Bumbódromo. A simbologia do tema reproduz o contexto do rito amazônico, desde a figura típica regional com seus recursos naturais explorados pelos caboclos ribeirinhos e as grandes populações indígenas da Amazônia na poesia visual, cênica-coreográfica, musicalizada, reinventando o folclore popular parintinense.

 

Nesta noite, o Caprichoso exalta a “Encantaria” com o subtema “O Imaginário Caboclo”, resignificando a cultura da floresta, abrindo os portões submersos dos encantos do Olimpo Amazônico, das lendas, magia, mitos, religiosidade, entre outros.

 

Na Exaltação Folclórica da alegoria “Dom Sebastião” do artista Jucelino Ribeiro e equipe, o Boi Caprichoso viaja no mito da construção de caráter universal ganhando cores e brilho na cultura brasileira com o “Touro Negro e suas estrelas de ouro”, uma ênfase a Dom Sebastião, um rei de Portugal que morreu em 1578, aos 24 anos.

 

O monarca português desapareceu misteriosamente com o seu cavalo e todo o seu exército, na batalha de Alcacer-Quibir e reapareceria para libertar o seu povo, mas segundo a lenda, o tal rei costuma surgir em noite de luas cheias na Praia dos Lençóis, no arquipélago de Maiaú, na parte amazônica do Estado do Maranhão, no município de Cururupu.

 

Na Lenda Amazônica, o “Curupira” ressurge na alegoria do artista Algles Ferreira e equipe destacando o ser da mitologia amazônica, o senhor dos animais e protetor da floresta que judia de caçadores, madeireiros e exploradores fazendo com que se percam na selva.

 

A Figura Típica Amazônica reproduz o “Vaqueiro da Amazônia”, alegoria do artista Francinaldo Guerreiro e equipe aborda a saga do cavaleiro que enfrenta os fenômenos da enchente e vazante com o passar do gado da terra firme para a várzea e vice-versa enfrentando desafios e perigos, entre estes, ataques de animais silvestres, aquático e répteis.

 

O ritual indígena “Kupe-Dyep” do artista Kennedy Prata e equipe fecha a segunda noite do boi azul reproduzindo a mitologia dos índios Apinajé, habitados na Serra do Roncador no Estado do Mato Grosso.

 

A lenda foca num mundo subterrâneo habitado por homens-morcego, os Kupe-Dyep. Segundo os indígenas, intrusos que rodeiam o local ainda tem que enfrentar alcateia de lobos-guará, como ocorreu com alguns caçadores que descobriram o segredo dos homens-morcego, foram aprisionados e passaram pelo ritual transformação deixando de ser humanos para ser iguais ao Kupe-Dyep, desenvolvendo olfato aguçadíssimo e aprenderam a voar, passando ser os guardiões do mundo dos homens-morcego.

 

Fernando Cardoso | Repórter Parintins

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