Ponto de encontro de pescadores, calafates, gente humilde e cheia de sonhos, a Francesa será mais uma vez o local de concentração da nação azulada no dia 24 de junho, na saída do Boi de Rua.
O reduto cultural dos caboclos soberanos que chegam em suas canoas, barcos, bajaras e rabetas trazendo na bagagem uma grande produção cultural e mulheres imponentes como verdadeiras sinhás cobertas por suas sombrinhas.
Um marco de vida para dezenas de moradores Caprichosos entre eles o artista Juarez Lima, que recorda a infância nas épocas de cheia e vazante. “A Francesa sempre foi adornada por grandes lombrigueiras quando tinha água pura e cristalina, brincávamos nas toras de madeiras. Havia a disputa das cacimbas (locais de onde se retira água na época da estiagem). “Muitas eram vigiadas, das famílias Cruz e Brasil”, conta.
O Lago da Francesa é guardião do Caprichoso, onde localiza-se o Curral Zeca Xibelão, e concentra uma nação em êxtase, em alegria, em festa.
Nos versos dos poetas, a Francesa passou a ser o braço de rio mais cantado e decantado. Lugar de forte comércio e de tantos personagens que emolduram a história do Caprichoso.
De Zé Caiá, pai dos apresentadores Rubem e Marcos Santos, Lioca o lamparineiro, Zeca Xibelão, o tuxaua de grande nobreza, Luiz Gonzaga, Roque Cid, Ednelza Cid, Acinélcio Vieira, João Andrade, Didi Vieira, Chica da Marujada, Odineá Andrade e de tantos outros que se reuniam na Francesa para desfilar com o Caprichoso e brincar no urubuzal (antigo parque das Castanholeiras hoje Quadra poliesportiva Silvio Miotto).
Da tribo revolucionaria sateré mawé, que na década de 80 reunia a juventude do Palmares, Santa Clara, e zona rural. Sob o comando de Irlane Cruz e Jhon Pereira na Rua Sá Peixoto para fazer a dança do fogo.
Dos artistas Karu Carvalho, Juarez Lima, Evanil Maciel. Dos poetas, Salles Santos, J,Carlos Portilho, Orácio, Machado e tantos outros compositores e trovadores.
No sábado, dia 24, o Boi Caprichoso sai às ruas para brincar nas casas dos torcedores como fazia no passado brincando na casa de Glaúcio Gonçalves, Benedito Azedo e torcedores que erguem a bandeira da cultura e da tradição.