O Poder Legislativo parintinense sediou na manhã desta quinta-feira, 28 de novembro, de Audiência Pública com o propósito de discutir o abate de gado no Matadouro Frigorífico ?Ozório Melo? e fornecimento de carne bovina e bubalina em Parintins. O vereador Mateus Assayag (PSDB), autor da propositura, presidiu o debate que contou com a participação do Prefeito em Exercício Rildo Maia (PSD), dos vereadores Ernesto Cardoso (PTN), Everaldo Batista (PROS), Maildson Fonseca (PSDB) e da vereadora Vanessa Gonçalves (PROS), do Secretário Municipal de Produção e Abastecimento, Samarone Moura, do Doutor André Seffair, Promotor de Justiça de Parintins, do Doutor Edy Maia, Procurador Geral do Município, bem como de representantes da SEFAZ, universitários, talhadores de carne, magarefes, açougueiros e da sociedade civil organizada.
O Promotor de Justiça de Parintins, André Seffair, destacou o compromisso em promover debates sérios, arraigados em critérios técnicos e não políticos. Seffair deseja que em 2014 a sociedade parintinense possa discutir uma legislação que estabeleça a concessão racional do matadouro para um terceiro. Para ele, a concessão deve ser elaborada com critérios melhores e legais. Uma das sugestões do promotor é estabelecer o critério de menor preço do vale abate. Para tanto, frisa Seffair, o matadouro precisa fiscalizar as metas da empresa, sendo uma agência reguladora do contrato.
O Presidente da Cooperativa dos Talhadores de Carne, Adailson Barroso, relatou que a classe enfrenta muitos problemas com relação à cobrança dentro do Matadouro Municipal. ?Por negligencia do administrador do matadouro não tivemos avanço para o benefício da população. Hoje ele cobra R$ 80,00 no vale abate, vende o couro a R$ 80,00, fica com R$ 12,00 do cebo e R$ 20,00 do babujo. Somando dá R$ 192,00. Isso vezes mil animais por mês dá R$ 192.000,00, vezes 12 quanto dá? Aí meteram umas tábuas usadas do período do Carnaval no matadouro e usaram tinta de péssima qualidade?, critica.
O vereador propositor Mateus Assayag fez inúmeras indagações de forma objetiva ao representante da administração do matadouro, desde como é realizado o pagamento e recebimento da taxa de vale abate; como é executado o pagamento de funcionários, manutenção e quanto é o custo operacional do matadouro. Ele indagou ainda o retorno de odor nas áreas de Francesa, Santa Clara e Castanheira. Segundo Assayag, o trabalho no Matadouro Municipal necessita ser transparente, para garantir renda e redução do valor desses produtos ao consumidor final, para que a população parintinense pague um preço mais em conta.
Como proposta para redução de valores tanto para magarefes e açougueiros como para o consumidor final, Mateus Assayag sugeriu que em sete meses, sendo de dezembro de 2013 a junho de 2014, o vale abate caia para R$ 20,00, equivalente a 24 mil reais por mês. De acordo com ele, o matadouro também será beneficiado e avançará seus processos de trabalho. A proposta será analisada.
Ao representar a administração do matadouro e a Prefeitura de Parintins, o Secretário Samarone Moura explanou os métodos de trabalho e os equipamentos utilizados no abatedouro; as formas de pagamentos dos funcionários e das despesas. Segundo ele, a administração do local abriu conta no Bradesco e em alguns dias todos os tipos de pagamentos serão efetuados nessa Agência Bancária. De acordo com Samarone, as contas de consumo são pagas com o dinheiro em caixa, sendo um custo altíssimo.
Ele explicou o porquê do mal cheiro exalado pelo Matadouro Municipal ao afirmar que é um cheiro desagradável característico das atividades desenvolvidas pelo matadouro, por se tratar de um sistema aberto. Ele acrescenta: ?Conheçam nossas limitações e abracem nossos anseios?.
Voltada para questionamentos, sugestões e dúvidas, a discussão teve como objetivo principal encontrar mecanismos com o intuito de diminuir os custos de abate de gado para que o consumidor final seja beneficiado, uma vez que é o mais interessado no assunto. Outra finalidade do debate é aperfeiçoar e melhorar o Setor Primário, visto que é de fundamental importância para a economia da Ilha Tupinambarana e tem na Pecuária um dos grandes pilares de sustentação.