Susam assina termo de cooperação para formar profissionais de hepatologia

Susam assina termo de cooperação para formar profissionais de hepatologia Foto: Assessoria SECOM-AM Notícia do dia 02/06/2017

A Secretaria de Estado de Saúde (Susam) assinou nesta sexta-feira (2) um termo de compromisso com a Federação Italiana do Fígado (FIF), que auxiliará na formação de profissionais especialistas na área de hepatologia. O termo foi assinado pelo secretário de Estado de Saúde, Vander Alves, e o diretor científico da FIF, Cláudio Tiribelli.

 

A FIF é referência mundial no tratamento de patologias do fígado e o Amazonas será o primeiro estado do Brasil a ter a cooperação da instituição na formação de especialistas.

 

“Escolhemos o Amazonas por dois motivos. O primeiro é pelo compromisso de que o acordo não ficará apenas no papel. O segundo é o fato de o Estado ter dimensões continentais, o que nos da a certeza de que o trabalho ajudará muitas pessoas”, afirmou Cláudio Tiribelli.

 

“É um privilégio para o Amazonas assinar esse convênio. O Estado se compromete a trabalhar para melhorar o atendimento na área de hepatologia”, declarou Vander Alves.

 

O projeto será desenvolvido ao longo dos próximos quatro anos e terá a coordenação da médica Ana Ruth Araújo, da rede estadual de saúde, que está realizando estudos de pós-doutorado na área de hepatologia em Trieste, na Itália.

 

“Esse projeto é de extrema importância para o estado do Amazonas, que é uma área endêmica para as doenças hepáticas. A troca de conhecimento dos especialistas da FIF certamente trará muitos benefícios para os pacientes portadores de doenças hepáticas no Amazonas”, comemora Vander Alves.

 

A coordenadora do projeto, Ana Ruth, destaca que a FIF tem os maiores estudiosos das doenças hepáticas do mundo e que o conhecimento adquirido por esses profissionais será repassado aos profissionais do estado do Amazonas. “Nós precisamos ter médicos especialistas na área de hepatologia no Amazonas. O estado é endêmico, hoje nós temos esses especialistas na rede estadual de saúde, mas são poucos, por isso vamos trabalhar primeiro na formação do profissional e eles terão maiores capacidades de acompanhar esse paciente de perto, tratar dele de forma integral e trabalhar para que as doenças hepáticas não evoluam e tragam maiores complicações”.

 

O segundo passo será criar um centro de referência para o atendimento do portador de doença hepática. O centro deverá funcionar dentro de uma unidade da rede estadual de saúde e ofertará tanto os serviços ambulatoriais (consultas e exames), quanto a internação de pacientes para a realização de pequenos procedimentos comuns ao tratamento das doenças hepáticas.

 

“Hoje o atendimento a esses pacientes é feito de forma descentralizada e nossa proposta é centralizar para melhorar a assistência ofertada ao paciente. Pretendemos criar esse centro para que os portadores dessas doenças tenham uma referência, onde procurar seu tratamento na área”, explica Ana Ruth.

 

O secretário Vander Alves explica que a definição do local onde irá funcionar esse centro será definida com base em estudos que serão realizados com bastante calma a fim de garantir que o serviço será resolutivo.

 

Fundação - Ao final do trabalho a intenção da coordenadora é criar a Fundação Centro Amazônico do Fígado, entidade que estará diretamente ligada à rede estadual de saúde, cujo objetivo será o de trabalhar para garantir a formação de profissionais especialistas no tratamento das doenças hepáticas, bem como a realização de pesquisas sobre essas doenças e também de garantir a funcionalidade do centro especializado, trazendo benefícios para a população do estado do Amazonas.

 

A presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia, Edna Strauss, elogiou a iniciativa do Amazonas. Isso porque, segundo ela, a prevalência de doenças do fígado tem aumentado no mundo inteiro, o que reforça a necessidade da criação de centros especializados na área. “Então, a Sociedade Brasileira de Hepatologia está ajudando nesse processo. E claro, na escolha pelo Amazonas, tivemos o cuidado de olhar para o Norte, para ajudarmos a região a desenvolver seus estudos nessa área”, declarou Edna Strauss.

 

Dados estatísticos - Estudos comprovam que as Hepatites Virais B e C, consideradas uma endemia mundial, vitimam mais de 600 milhões de habitantes no planeta, dentre estes, cerca de 2 milhões são brasileiros.

 

A doença hepática gordurosa não-alcoólica (DHGNA), frequentemente associada à síndrome metabólica, atinge 3% da população ocidental, incluindo o Brasil. Somando as duas patologias, chega-se a conclusão de que mais de oito milhões de brasileiros são acometidos por estas duas doenças todos os anos.

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