Ribeirinhos moradores das áreas de várzeas comemoram o baixar do nível do Rio Amazonas. O fenômeno da enchente que vinha sendo classificado como anormal, surpreendentemente parou deixando os ribeirinhos sem entender a brusca parada do rio.
A agricultora Maria Almeida, 58, moradora da comunidade do Catispera informou que pelos seus cálculos, o nível do rio parou de subir no dia 18 de maio e agora vem descendo com intensidade.
Maria diz estar surpresa com a vazante. Segundo ela, o baixar das águas acontece geralmente após o dia 13 de junho de cada ano. A agricultora disse que o gado que o seu marido toma conta e que estava na terra firme já está de volta à várzea.
“A terra desapareceu, mas com a vazante da última semana já podemos ver alguns pontos de terra, inclusive, o gado que foi levado no mês passado para a terra firme já está de volta para a várzea”, garantiu.
Na área da Costa do Amazonas, o agricultor João Francisco, da comunidade São José da Ilha das Onças, também confirma que o rio começou a baixar na região trazendo ânimo, segundo ele, as plantações de curto ciclo poderão ser cultivadas nas próximas semanas.
O monitoramento do rio vem sendo feito diariamente pelos caboclos ribeirinhos para assegurar que o fenômeno não se trata do famoso “repiquete”.
De acordo com o pescador Isaac Ferreira, morador da Costa da Águia, os rios, lagos e paranás daquela região estão em processo de vazante normal, embora antes da previsão.
O nível do rio, segundo os ribeirinhos, desce entre 2 e 3 centímetros por dia, o que pode agravar uma seca intensa nos próximos meses, principalmente, com a probabilidade da chegada do verão.
A Defesa Civil do Estado assegura que a descida do rio está dentro da normalidade, acreditando que essa vazante não vai causar nenhum desastre, tanto é que os órgãos responsáveis pelo monitoramento dizem que nada aponta para uma seca que nem a que foi presenciada em 2010, esperando que o rio chegue a sua realidade até o final setembro.
Os ribeirinhos querem saber se o Município e o Governo do Estado vão apoiar as famílias afetadas pelo fenômeno natural, principalmente aos que perderam toda a produção agrícola, animais e habitações.
Fernando Cardoso | Repórter Parintins