Enchente chega ao fim no Baixo Amazonas, segundo cálculos dos ribeirinhos

Enchente chega ao fim no Baixo Amazonas, segundo cálculos dos ribeirinhos Notícia do dia 31/05/2017

Ribeirinhos moradores das áreas de várzeas comemoram o baixar do nível do Rio Amazonas. O fenômeno da enchente que vinha sendo classificado como anormal, surpreendentemente parou deixando os ribeirinhos sem entender a brusca parada do rio.

 

A agricultora Maria Almeida, 58, moradora da comunidade do Catispera informou que pelos seus cálculos, o nível do rio parou de subir no dia 18 de maio e agora vem descendo com intensidade.

 

Maria diz estar surpresa com a vazante. Segundo ela, o baixar das águas acontece geralmente após o dia 13 de junho de cada ano. A agricultora disse que o gado que o seu marido toma conta e que estava na terra firme já está de volta à várzea.

 

“A terra desapareceu, mas com a vazante da última semana já podemos ver alguns pontos de terra, inclusive, o gado que foi levado no mês passado para a terra firme já está de volta para a várzea”, garantiu.

 

Na área da Costa do Amazonas, o agricultor João Francisco, da comunidade São José da Ilha das Onças, também confirma que o rio começou a baixar na região trazendo ânimo, segundo ele, as plantações de curto ciclo poderão ser cultivadas nas próximas semanas.

 

O monitoramento do rio vem sendo feito diariamente pelos caboclos ribeirinhos para assegurar que o fenômeno não se trata do famoso “repiquete”.

 

De acordo com o pescador Isaac Ferreira, morador da Costa da Águia, os rios, lagos e paranás daquela região estão em processo de vazante normal, embora antes da previsão.

 

O nível do rio, segundo os ribeirinhos, desce entre 2 e 3 centímetros por dia, o que pode agravar uma seca intensa nos próximos meses, principalmente, com a probabilidade da chegada do verão.

 

A Defesa Civil do Estado assegura que a descida do rio está dentro da normalidade, acreditando que essa vazante não vai causar nenhum desastre, tanto é que os órgãos responsáveis pelo monitoramento dizem que nada aponta para uma seca que nem a que foi presenciada em 2010, esperando que o rio chegue a sua realidade até o final setembro.

 

Os ribeirinhos querem saber se o Município e o Governo do Estado vão apoiar as famílias afetadas pelo fenômeno natural, principalmente aos que perderam toda a produção agrícola, animais e habitações.

 

Fernando Cardoso | Repórter Parintins

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