Foto: Fernando Cardoso
Notícia do dia 26/05/2017
Para a maioria das pessoas que mora na Rua Paraíba, trecho correspondente a elevação do nível da via pública, a única obra de relevância do ex-prefeito Alexandre da Carbrás teve uma utilidade muito grande, principalmente no período da enchente.
Para a autônoma Néia Batista Ribeiro que reside há 45 anos na via pública, embora não tenha sido concluída, a elevação do nível da Paraíba tem uma importância muito grande, segundo ela, nessa época do ano os moradores que residem na área já estariam com as casas alagadas e o trafego de pessoas e veículos já estaria comprometido.
“Pra mim foi ótimo, pois ninguém teve a coragem de meter a cara e fazer esse trabalho que foi feito pelo Alexandre. Como está enchendo demais, nessa época estava um Deus nos acuda, com alunos suspendendo as calças, motos caindo nos buracos, enfim um transtorno que agora foi resolvido”, disse a autônoma.
O tricicleiro José Maria Pereira diz que a obra facilitou o trafego no local porque antes para chegar na sua residência localizada no Bairro Itaúna I, tinha que fazer o contorno pela Geny Bentes ou Odovaldo Novo.
“Melhorou e muito o trabalho do ex-prefeito, tenho certeza que nessa época a água já estaria com um palmo ou mais, inclusive, a buraqueira já tinha tomado de conta do asfalto o que impossibilitava a gente atravessar até o outro lado”, frisou.
O pastor Guilherme Moura que mora há 15 anos na via pública também concorda que a atitude do ex-prefeito em elevar o nível da rua foi acertada. “Melhorou 100% porque num tempo desse já estaríamos andando pela água, principalmente porque não tínhamos pontes de madeira. Embora não tenha sido terminada está servindo para os moradores e para a população de Parintins, agradeço ao ex-prefeito pela coragem que muitos não tiveram”, declarou.
O mototaxista Alessandro Azevedo disse que embora o ex-prefeito tenha feito um governo ruim, a obra da Paraíba ficará como a marca de sua administração, pois vai continuar contribuindo para que as próximas enchentes não deixem a via pública intransitável como acontecia nos anos anteriores, inclusive, comerciantes e moradores tinham que fechar comércios e abandonar casas.
Se a coragem de Carbrás para a maioria foi acertada, para alguns trouxe transtornos e prejuízos como é o caso de uma moradora do Bairro Itaúna I que preferiu não ser identificada.
“Não vou dizer que não está servindo para o tráfego, mas pra mim trouxe transtorno porque moro nessa área baixa e quando chove ou chega a enchente o meu quintal fica alagado e muitas vezes a água chega a entrar dentro da casa”, explicou.
Na avaliação do comerciante Carlos Pereira da Silva, o Carlinho, proprietário do Restaurante Novo Sabor, a elevação do nível da Rua Paraíba foi importante, mas também trouxe alguns dissabores para os comerciantes.
Ele garante que o fechamento da via pública por muito tempo acabou gerando desmotivação dos comerciantes e desaquecimento nas vendas, além de pelo menos cerca de 30 terem fechado as portas e abandonado a via pública.
“Põe na cabeça que o nosso negócio ainda vai melhorar, mas somente daqui há dois anos. O movimento caiu muito, o faturamento nem se compara com os dos anos anteriores”, relatou.
Carlos avalia que para o movimento na Rua Paraíba retornar ao normal e as vendas voltarem a aquecer nos comércios é preciso que a atual administração termine o trabalho que ficou inacabado. “Muitos comércios fecharam as portas, outros foram embora para outros locais. Os comércios da Rua 03 do Bairro Paulo Corrêa tomaram a clientela que comprava nos comércios da Paraíba. Hoje a maior circulação de pessoas e veículos é lá” garantiu.
Segundo os pequenos empreendedores contactados pela reportagem, quem mantinha dois comércios na Rua Paraíba fechou um ou abandonou o local por conta do pequeno movimento e da fraca circulação de pessoas.
Alguns feirantes que tinham boxes na Feira Zezito Assayag lamentam que o logradouro não esteja funcionando. O feirante João Natividade diz que quando a feira funcionava mesmo em condições críticas, a movimentação de dinheiro no local era garantida.
“Pessoas do centro e de outros bairros vinham aqui comprar peixe, verduras e produtos regionais que os produtores vendiam em frente a feira. Hoje está nessa situação, fechada, sem ninguém trabalhando e prestes a ir no fundo novamente”, declarou.
A resistência de quem mora ou mantêm atividade comercial na Rua Paraíba se divide num pensamento que aos poucos os comerciantes vão retornar e as vendas vão melhorar, mas pra quem mora na redondeza é preciso concluir a obra, elevar o nível das ruas 24 de Janeiro, Messias Augusto, Antônio Meirelles no Bairro Itaúna I e Uaicurapá no Bairro São Francisco que sofrem seja com a água da chuva ou das enchentes.
A reportagem não conseguiu contato com o secretário de obras para informar se a atual administração vai concluir a obra ou não.
Fernando Cardoso | Repórter Parintins
