Assassinato na madrugada eleva para 11 o número de homicídios em Parintins

Assassinato na madrugada eleva para 11 o número de homicídios em Parintins Foto: Marcondes Maciel Notícia do dia 23/05/2017

O assassinato do preso de justiça Euder Nunes de Oliveira, 39, conhecido como Caveirinha, na madrugada desta terça-feira (23) eleva as estatísticas de homicídios registrados no município de Parintins, em 2017. De acordo com dados da Polícia Militar e Polícia Civil, o mesmo número de homicídios em 2017, igualam os ocorridos no período de janeiro a maio de 2016.

 

Dos 11 crimes, 09 deles, os assassinos utilizaram armas brancas (facas e terçados) para matar as vítimas. Nos últimos dez dias, três pessoas tiveram a vida ceifada, uma delas de forma brutal na zona rural do município.

 

O agricultor Alessandro de Souza Pereira, 25, morreu quinta-feira (18) num dos leitos do Hospital Jofre Cohen, depois de ser atingido no último domingo (14) com um tiro de espingarda no peito, lado direito, disparado pelo vaqueiro conhecido como Belterra, numa fazenda, localizada na cabeceira do Sacai, região do Tracajá.

    

Por volta das 19h do último sábado (20), o agricultor Osvaldino Nobre Viana, 45, foi morto a facadas e degolado na comunidade Sagrado Coração de Jesus, zona rural de Parintins por dois irmãos, o maior, Gabriel Dias Fragata, 20, e o menor de 17 anos.

 

E por último, o detento na condicional Euder Nunes de Oliveira, 39, vulgo Caveirinha, morto por volta das 1h30 da madrugada desta terça-feira (23) com uma facada nas costas do lado esquerdo, fato ocorrido na Rua 10 do Bairro União. O autor da morte de Caveirinha ainda não foi identificado pela polícia. 

 

Os homicídios preocupam as autoridades ligadas à área de segurança pública. Pelo lado da PM e Polícia Civil, os seus agentes asseguram que estão fazendo o seu papel em combater a criminalidade, mesmo com a falta de recursos humanos e motorizado.

 

Por sua vez, a promotora Carolina Monteiro, representante do Ministério Público do Estado (MPE) lembra que o crescimento da violência não é prioridade de Parintins, mas está presente em todos os municípios brasileiros.

 

A agente do MPE avalia que se a Polícia Civil e Polícia Militar contassem com mais estrutura em todos os sentidos, as duas instituições poderiam ajudar mais no combate a violência e a criminalidade. “Se tivesse uma Polícia Civil mais estruturada, uma Polícia Militar mais presente nas ruas, se a justiça fosse um pouco mais rápida, evidentemente poderia diminuir a criminalidade” frisou. 

 

A promotora lamenta a situação que as policias militar e civil vivenciam diariamente com a falta de pessoal, armamentos, combustível, fardamento, entre outros, os quais impedem uma atuação melhor das instituições na prevenção e no combate a todos os tipos de ações delituosas.

 

Carolina Monteiro adiantou que o MPE vai reforçar os pedidos feitos a Secretaria de Segurança Pública (SSP) através da Ação Civil Pública (ACP) para aparelhamento da Polícia Civil ingressada ano passado contra o Estado na Justiça e reforçar ainda mais a preparação da Ação Civil Pública da Polícia Militar que deverá ser ingressada em breve no Judiciário.

 

A promotora adiantou que ainda essa semana voltará a visitar o 11º Batalhão de Polícia Militar (3º BPM) e constatar in loco se houve algum tipo de mudança na instituição. “Pelo que se viu nada mudou. Vamos novamente verificar quais as atuais condições da corporação. Houve mudança no Comando Geral da PM e estávamos aguardando que a nova gestão viesse com novas ações, transformações e melhorias, mas como não veio essa melhoria a gente vai fazer a visita pra constatar como se encontra o batalhão, se municiar e cobrar com a Ação Civil Pública, estrutura para a PM”, comentou.

 

Fernando Cardoso | Repórter Parintins

 

Tags: