Fotos: Fernando Cardoso
Notícia do dia 04/05/2017
Os homens parintinenses estão cada vez mais vulneráveis ao contagio do Vírus da Imunodeficiência Adquirida (HIV), segundo o apontamento dos dados dos últimos dois anos e os novos números em 2017.
De acordo com profissionais em saúde, a falta de informação e prevenção sobre a doença tem ocasionado o avanço da AIDS no município, principalmente entre o público na faixa etária de 20 a 35 anos.
Em 2015, o CTA identificou 30 casos da doença, o terceiro maior registro desde 1992 quando foi registrado o primeiro caso de AIDS no município parintinense.
Em 2016, foram diagnosticados 41 casos, o maior registro em 24 anos, destes, 35 são do sexo masculino e 06 mulheres. De acordo com o técnico em patologia Dagoberto Oliveira do CTA, nos quatros primeiros meses de 2017 já foram identificados 13 casos da doença, dos pacientes, 11 são homens.
Dagoberto explica que a espontaneidade das pessoas para se submeterem aos exames tem surtido efeito positivo, embora alguns não retornem para buscar resultado ou às vezes não dão continuidade ao tratamento. “Mensalmente atendemos cerca de 320 pessoas que se submetem ao teste de HIV, Sífilis, Hepatite B e C” informou.
O técnico em patologia ressalta que quando o resultado é positivo, todos os procedimentos de acompanhamento e o aconselhamento são oferecidos gratuitamente aos soros positivos, mas mesmo assim alguns deixam de tomar a medicação, o que aumenta a carga viral do paciente.
“A doença atinge todas as classes de pessoas e continua avançando apesar das campanhas realizadas freqüentemente com finalidade de conscientizar os parintinenses a importância de se prevenir contra o vírus HIV” frisa Dagoberto.
Alguns dos casos são descobertos quando o paciente não tem mais cura, ou até mesmo só chegam ao conhecimento do CTA após o óbito da pessoa. “O diagnóstico precoce da doença pode assegurar ao soropositivo um tratamento adequado, prolongando mais o tempo de vida, já que na fase avançada se torna um risco para a vida” explica o profissional em saúde.
A doença atinge também grávidas e crianças, inclusive, recém-nascidos. Ano passado dois casos foram diagnosticados em grávidas. Em 2017, o CTA já identificou 1 registro. Esse ano uma criança está exposta a doença.
A descoberta dos novos casos se deve a espontaneidade das pessoas e as ações de combate às doenças sexualmente transmissíveis realizadas pelos programas municipais.
A estatística geral da doença, mostra que entre 1992 a 2016, cerca de 400 casos de HIV/AIDS foram registrados no município, com mais de 100 pessoas mortas em consequência das infecções causadas pelas mais diversas doenças que se associam ao mal.
Em Parintins, há uma estimativa que muitas pessoas não sabem que são portadoras do vírus, enquanto outras buscam a capital ou outras cidades para se submeterem ao exame com receio do preconceito, no caso de um resultado positivo.
Fernando Cardoso | Repórter Parintins
