Parintins registra baixa na produção de mel devido forte verão deste ano

Parintins registra baixa na produção de mel devido forte verão deste ano Foto: Fernando Cardoso Notícia do dia 27/12/2016

A produção do mel de abelha no município de Parintins ainda não é o suficiente para atendar a demanda, inclusive, a comercialização do produto na cidade chama atenção se de fato o produto vendido principalmente nas feiras, quiosques e quitandas é genuíno. 

 

O vendedor de mel Justino Almeida diz que não dá pra confiar se o produto é mel de abelha ou mel de cana produzido com outras matérias primas e depois refinado, mas assegura que o seu produto é original.

 

Alguns compradores apontam que na maioria dos locais que comercializam o produto, não se trata de mel de abelha e sim açúcar misturado com outros produtos, inclusive, esse tipo de mel em pouco tempo fica pedrado.

 

O pequeno apicultor Aldenei Carvalho, morador da comunidade Nossa Senhora do Perpetuo Socorro do Paraná de Parintins, diz que é preciso ter bastante atenção ao comprar o legítimo mel de abelha.

 

“O consumidor precisa sentir o gosto, pois existem alguns vendedores que misturam açúcar e melaço. Quando esse produto é colocado na geladeira fica todo pedrado, enquanto o mel puro não pedra” alerta.

 

Aldenei explica que o verão que castigou a região neste ano prejudicou o desenvolvimento da florada das árvores e flores, matéria prima para as abelhas coletarem o néctar e produzirem o mel.

 

“Quem trabalha com a produção do mel sabe que as abelhas não conseguiram produzir em grande quantidade esse ano. O tachi (espécie de árvore), por exemplo, não floriu como devia prejudicando a estação das flores e inviabilizando que as abelhas coletassem a matéria prima para produzirem o mel.

 

O interiorano ressalta que os pequenos apicultores tem uma perspectiva que a florada do mari-mari, juquiri e outras árvores possam ajudar os insetos a melhorar a produção do produto.

 

No Paraná de Parintins, o Grupo Ambiental Natureza Viva (GRANAV) e os comunitários mantêm alguns meliponários, mas Aldenei garante que a produção do mel está abaixo da demanda coletada no ano passado.

 

Ele conta que nos anos anteriores a produção de mel na localidade chegou a 300 litros por safra, inclusive, a entidade chegou a expandir a criação de abelhas sem ferrão para outras comunidades adjacentes a fim de tornar o setor mais produtivo como forma de atender a demanda local, mas a escassez da florada quebrou a safra deste ano.

 

O pequeno apicultor cita que em alguns casos os meliponicultores utilizam água com açúcar para alimentar as abelhas como forma de ajudá-las a produzir o produto, porém não é aconselhável devido o mel não ser de boa qualidade.

 

Consumidores sugerem que a Vigilância Sanitária inspecione o mel de abelha vendido em alguns pontos da cidade, se é genuíno, ou então mistura de componentes que se parecem com o mel, evitando assim o comprometimento da saúde das pessoas.


 

Texto: Fernando Cardoso

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