Falta de recursos impediu operação para desestruturar organizações criminosas em Parintins

Procurador-geral de Justiça aguarda melhor estrutura para o MPE em 2017

Falta de recursos impediu operação para desestruturar organizações criminosas em Parintins Foto: Marcondes Maciel Notícia do dia 13/12/2016

O procurador-geral de justiça do Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE), promotor Fábio Braga Monteiro, confirmou que a mega operação que foi programada para ser realizada em Parintins no mês de junho passado para desestruturar organizações criminosas com atuação na cidade foi cancelada por falta de estrutura e recursos do Estado.

 

Segundo Monteiro, operação do porte que estava sendo programada para Parintins exige recursos para diárias de funcionários, equipamentos, deslocamento, entre outros. “Para nós é preocupante porque quem ganha com a não realização de ações de grande porte é a criminalidade, mas esperamos que 2017 se apresente mais proveitoso e o Estado tenha uma arrecadação melhor e possamos efetivar o trabalho”, lamentou.

 

O pedido para a realização da mega operação partiu da 3ªPromotoria de Justiça de Parintins (3ª PJP) que tem como titular a promotora Carolina Monteiro. O próprio secretário de segurança do Estado, Sérgio Fontes, expôs um relato ao procurador-geral de justiça por substituição legal, Pedro Bezerra Filho, sobre a recomendação da 3ª PJP explicando a situação da pasta e órgãos de segurança do Estado, inclusive, que acabou brecando a ação.

 

Sérgio Fontes explicou que uma equipe precursora esteve em Parintins, inclusive, com o Judiciário e Ministério Público realizando todos os levantamentos para realização da mega operação, mas por conta da crise e problemas financeiros do Estado, a ação não pôde ser realizada.

 

A situação que envolve a segurança pública do município parintinense é considerada como preocupante, penalizando o contribuinte que merece segurança de qualidade.

 

Política

 

O procurador-geral de justiça, Fábio Monteiro, questionado sobre o andamento das ações e processos que envolvem políticos de Parintins, explicou que o trabalho do Ministério Público (MPE) e Justiça não se encerram com o fim dos mandatos, mas em cima dos fatos e de possíveis irregularidades cometidas por gestores e ex-gestores.

 

“Alguns dados e informações das denúncias e fiscalizações requerem uma análise melhor, mas infelizmente Parintins continua sendo alvo de algumas investigações e pouco a pouco nos teremos algo significativo no município”, declarou.

 

Questionado sobre os processos envolvendo o prefeito eleito Bi Garcia (PSDB) e o atual Alexandre da Carbrás (PSD), o promotor Fábio Monteiro, explicou que eles continuam tramitando normalmente, inclusive, que recentemente ofereceu denúncia contra Carbrás quanto o fato das demissões que estavam sendo feitas fora do processo eleitoral.

 

"Para se ter uma idéia chamei todos os prefeitos para conversar em Manaus, alguns não foram, inclusive, o de Parintins, mas o trabalho continua e providências irão acontecer. Ninguém está em cima da lei, os poderes são independentes, mas todos estão abaixo da legislação e evidentemente não poderia haver demissões, quem demite deve ser responsabilizado por isso”, declarou.

 

Fábio Monteiro explicou que todas as promotorias do Estado instauraram processos preparatórios para acompanhar as transições dos novos governos municipais e fazer as recomendações necessárias a fim de evitar possíveis irregularidades.

 

“É evidente que não há como impedir que o gestor pratique um ato certo ou errado, porém todos os gestores foram alertados pelo MPE do que podem e do que não fazer, então ninguém pode alegar desconhecimento da lei. Se optarem por fazer as providências serão tomadas e todos serão processados, inclusive, na lei de improbidade”, finalizou.

 

Texto: Fernando Cardoso

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