Foto: Marcondes Maciel
Notícia do dia 21/11/2016
A diretoria do boi Garantido anunciou na manhã de segunda-feira, 21 de novembro, o tema que será defendido nas três noites de disputa na arena do Bumbódromo em 2017: "GARANTIDO, MAGIA E FASCÍNIO NO CORAÇÃO DA AMAZÔNIA". O bumbá fez também o lançamento da arte oficial para a temporada. Este ano o boi da Baixa do São José rompe uma sequência de temas abstratos com uma só palavra e envereda por uma dinâmica temática mais ampla, mas que não deixa de ser abstrata.
O evento aconteceu em uma coletiva de imprensa no palco da Cidade Garantido e contou com a participação da diretoria, Comissão de Artes e torcedores do bumbá. O presidente Adelson Albuquerque disse que o Garantido está preparado para conquistar o bicampeonato em 2017. “Vamos com toda a garra para mais uma vitória”, ressaltou.
Veja a sinopse do tema “MAGIA E FASCÍNIO NO CORAÇÃO DA AMAZÔNIA”, repassado pela Comissão de Arte para a imprensa:
“Sob as luzes do fascínio e da magia da criação, a 140 milhões de anos as primeiras flores se abriram no coração da Amazônia, um paraíso de esperança preparado para a vida pelo sopro mítico de YEPÁ, deusa da criação na visão indígena Dessana.
Do outro lado do mundo, num recôndito da Ásia, a 70 milhões de anos, no período Mioceno, surgia o homem, que mais tarde viria povoar esta Amazônia fantástica. Nesse mesmo período o BOI (animal) surgia, também na Ásia, e acompanharia o homem até os nossos dias.
Amazônia épica, das grandes províncias indígenas, dos grandes cacicados, dos grandes pajés, massacrados, violentados e assassinados pelo branco invasor, num dos mais sangrentos genocídios da história da humanidade. Era o alvorecer da degradação da grande floresta amazônica, criada em milhões de anos e degradada em apenas alguns séculos.
Diante de uma Ameríndia perplexa com tamanha agressividade, que se projeta até hoje, o Garantido traz o tema Magia e Fascínio no Coração da Amazônia para o Festival Folclórico de Parintins de 2017.
Mais que um tema é a retomada de um grito de alerta pela Amazônia que continua agonizando aos olhos do mundo, um paraíso verde que ainda abriga a beleza exuberante de uma natureza viva que, apesar de ferida e degradada pelas mãos do homem, continua resistente, mostrando que protegê-la é possível para o bem, não só da região, mas de todo o Planeta.
É essa Amazônia, da magia e do fascínio, de mitos e lendas, da realidade e da esperança dos povos, que habitam esse paraíso terrestre, ameaçado diariamente pela degradação ambiental, que o Garantido quer mostrar, antes que seja tarde demais, para que todos possam refletir e, seja como for, contribuir para a defesa da vida, do equilíbrio e da harmonia entre o universo verde da Amazônia e os povos que nela vivem.
Nunca será demais falar da Amazônia, quando sabemos que todo dia a grande floresta é agredida e a derrubada de milhões de árvores avança a cada minuto aos olhos da impunidade, sem que se tome qualquer atitude mais contundente para conter tamanha degradação. O Garantido traz novamente o seu grito de alerta para salvar o verde da Amazônia diante da destruição cotidiana de gigantescas áreas de floresta e da proliferação de hidrelétricas que agridem e assoreiam os rios.
A Amazônia não representa apenas o pulmão do mundo, na verdade é o Coração do Mundo, porque pulsa forte e mantém viva a esperança de sobrevivência do seu bioma, apesar da constante ameaça das serras e do avanço da destruição galopante de tantas áreas verdes que, indiscriminadamente, vão desaparecendo e cedendo lugar às intermináveis plantações de soja e fazendas de gado. Um coração cujas veias são os caudalosos rios que irrigam a vida em toda a floresta, que fecundam a várzea e a terra firme e que não pode mais ser ferido pelos golpes da ganância e da insensatez humana.
Os rios irrigam a vida e o grande Coração Verde da Amazônia, com as águas da resistência e da esperança. Magia e Fascínio no Coração da Amazônia de mitos, ritos, lendas e histórias de depredações, agressões e violências, mas, sobretudo, de resistência de povos e culturas ameríndias que sobreviveram à colonização e representam um legado cultural imensurável que nos projeta para um futuro de fé e esperança na manutenção da vida” (Comissão de Artes).
Marcondes Maciel | Repórter Parintins
