A partir da próxima semana estarão suspensos pousos e decolagens no aeroporto Júlio Belém, localizado no município de Parintins (distante 369 quilômetros de Manaus). Por meio de medida cautelar, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) suspendeu as atividades no local alegando não conformidade na aderência da pista de pouso e a inexistência de um plano de manejo para conter a propagação de urubus nas proximidades.
De acordo com ofício encaminhado pela Anac na quinta-feira (29) à operadora do aeroporto, Sofia Oliveira, o órgão esclarece que estabeleceu prazo de 30 dias para que ela enviasse evidências concretas da execução do plano de manejos dos urubus, no entanto, as determinações não atingiram o resultado esperado no prazo esperado.
“A documentação referente ao Gerenciamento do Risco de Fauna no SWPI (aeroporto de Parintins), encaminhada até a presente data, não atende aos requisitos exigidos no RBAC 164, caracterizando situação de incerteza quanto ao Gerenciamento do Risco da Fauna no aludido aeródromo”, diz trecho do ofício.
Ainda segundo o documento, a medida entrará em vigor na data de publicação no Diário Oficial da União (DOU) e será mantida até que o operador do aeródromo encaminhe à Anac documentação que evidencie o atendimento aos requisitos. Segundo a Anac, a previsão é que a decisão seja publicada na segunda-feira (3).
A Anac ainda informou que apenas voos de emergência e transporte de carga de extrema necessidade serão permitidos no local.
Prejuízos
A Map Linhas Aéreas é uma das duas empresas que oferecem voos diários para Parintins, juntamente com a Azul Linhas Aéreas. De acordo com o diretor comercial e marketing da Map, Décio Assis, a expectativa é que as atividades no aeroporto sejam suspensas a partir de terça-feira. Ele destaca que cerca de 200 pessoas embarcam e desembarcam no município diariamente somente por meio da Map.
“A portaria já saiu e segunda-feira será publicada (no DOU). Terça-feira não tem mais voos em Parintins. O prejuízo é principalmente para cidade, pois nós trabalhamos com um universo de venda de seis meses e vamos ter que tirar Parintins de nossa malha enquanto houver essa restrição. As pessoas vão tem que reprogramar seu itinerário”, explicou.
A reportagem tentou contato com o prefeito de Parintins, Carlos Alexandre, mas as ligações não foram atendidas.
Texto: Oswaldo Neto | Portal A Crítica