Parintinense vence Prêmio de Jornalismo do MPT na categoria web pela região Norte

Naférson Cruz recebeu prêmio em cerimônia na sede do Ministério Público do Trabalho em Brasília

Parintinense vence Prêmio de Jornalismo do MPT na categoria web pela região Norte Foto: Divulgação Notícia do dia 04/09/2016

A reportagem especial “Vidas Mutiladas”, publicada no Portal A Crítica, rendeu ao jornalista amazonense Naférson Cruz o Prêmio MPT de Jornalismo na categoria web, regional Norte. A cerimônia de entrega da premiação aos jornalistas vencedores de todas as regiões do Brasil ocorreu na sede do Ministério Público do Trabalho (MPT), em Brasília, na noite de ontem, 1º de setembro.

 

O jornalista ficou emocionado ao receber mais um importante prêmio na carreira. “Mais uma conquista. Dessa vez, o Prêmio MPT de Jornalismo na categoria web, regional Norte. Agradeço a direção do jornal A Crítica e a equipe de Cidades pelo apoio, em especial aos parceiros Marcio Silva e Mônica Prestes, que foram fundamentais na edificação do material. Dedico à minha família e aos camaradas parintinenenses jornalistas e universitários da área”, afirmou.

 

A reportagem, produzida pelo jornalista Naférson Cruz, com fotos de Márcio Silva, foi selecionada para a final de prêmio nacional de jornalismo do MPT. “Vidas Mutiladas” contou histórias de trabalhadores, do polo madeireiro existente no município de Itacoatiara na década de 1990, que perderam partes do corpo ao desenvolverem atividades laborais.

 

Esses trabalhadores até hoje lutam na Justiça por indenizações ao mesmo tempo em que tentam se recolocar no mercado de trabalho para sustentar as famílias. “A ideia desta pauta surgiu há três anos, após pesquisas e inúmeras idas e vindas a Velha Serpa (como Itacoatiara é carinhosamente chamada por seus moradores), onde se ouvia constantes relatos sobre os mutilados”, revelou Naférson.

 

O caso chamou atenção do jornalista que passou a fazer levantamentos. “Depois fui descobrindo que não se tratava de casos isolados, mas sim de uma legião deles. A partir do momento em que nos aprofundamos no assunto, mais situações inusitadas surgiam, o que resultou no caderno que publicamos exatamente no Dia do Trabalhador este ano”, complementa.

 

Apesar do sentimento de injustiça que a maioria dos mutilados sente, principalmente em função da falência das principais madeireiras responsáveis pela riqueza do município de Itacoatiara, descrever as histórias e as dores dos acidentes era um desafio que a equipe de reportagem teve de superar, pois muitos não queriam falar do assunto. Naférson Cruz viu de perto o drama das vítimas.

 

Todos os personagens ouvidos eram operários que abandonaram atividades tradicionais na Amazônia, como a pesca, a produção de mandioca e farinha e artesanato, seduzidos pela ideia de ganhar dinheiro na indústria madeireira, ter estabilidade e a carteira assinada. “Nessa perspectiva, eles vieram para Itacoatiara morar em cortiços, em albergues, de favor, buscando um sonho de melhoria de vida que foi cortado pela fatalidade”, afirma o jornalista.

 

Naferson Cruz é jornalista há uma década e trabalha na editoria de Cidades do Jornal A Crítica há três anos. Nesse período, integrou as editorias de economia e de política de A Crítica. Também é compositor de toadas do Festival de Parintins pelo Boi Garantido. Parceiro na produção da reportagem, Márcio Silva é fotógrafo premiado e, no caderno “Vidas Mutiladas”, também produziu vídeos que ilustraram a matéria.

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