Notícia do dia 18/07/2016
A onda de crimes com requintes de extrema violência registrada na delegacia e hospitais da cidade, além de pessoas lesionadas em acidente de trânsito e mortes em Parintins chamam a atenção da comunidade. No fim de semana passado pelo menos dois jovens e uma idosa morreram.
O jovem Igor Andrey Leal Coelho, 20 anos, foi assassinado na madrugada de domingo, 17 de julho, no bairro Pascoal Allágio, após ser baleado quando retornava para casa. O assassino ainda não foi preso. O adolescente Matheus Menezes, 17 anos, faleceu na noite de sábado, 15 de julho, seis dias após ser esfaqueado durante um assalto no bairro de Palmares. Essa realidade se repete todas as semanas e a população vive a mercê da criminalidade.
Diante a tanta violência e desrespeito com a vida humana, a reportagem colheu depoimento de pais e pessoas que foram vítimas de assaltantes e outros crimes. O cabo da Polícia Miliar Gildo Assis registrou que, na manhã deste sábado, 16 de julho, aconteceram 3 acidentes de trânsito num espaço de 3 horas.
Na experiência militar, Gildo Assis estima que em média, um acidente tenha ocorrido por hora, na semana passada. “Retrato da ausência de civilidade. Se não bastasse, apenas um dos hospitais da cidade, o Padre Colombo, dispõe de ambulância que, juntamente com a Unidade de Resgate do Corpo de Bombeiros, tem que se desdobrar para atender as demandas de um município com mais de 100 mil habitantes. E é assim a Parintins dos sonhos, não sei de quem”, comentou.
A jovem Karla Tawany usou o facebook para relatar preocupação com os constantes casos de assaltos na cidade. Karla contou que ela e uma amiga quase foram esfaqueadas na frente de casa por rapazes que tentavam assaltar. “Estávamos estacionando e os caras chegaram. Se eu não tivesse percebido, tinha sido pior”, contou. A jovens lamentou que as pessoas sejam reféns na sua própria casa. Ela deixou um recado: “Não importa o horário, se você não quiser sofrer um latrocínio, nem saia de casa. Parintins está mal de segurança e representantes, e muito bem servida de bandidinhos que espalham terror pela ilha”, disse.
O sentimento de insegurança é visível em vários comentários dos parintinenses nas redes sociais. A jovem Sabrina Albuquerque disse ser um absurdo as pessoas viverem com medo, todos os dias. “Todo cuidado é pouco. Infelizmente somos obrigados a ser atentos a tudo e a todos”, disse.
Ação Civil Pública
A preocupação com a falta segurança pública por parte do Governo do Estado e falta de estrutura das policiais Civil e Militar levou o Ministério Público do Estado (MP-AM), Comarca de Parintins, a ingressar com uma Ação Civil Pública cobrando estrutura adequada para a Delegacia Interativa de Polícia de Parintins, além do aumento de delegados civis, novas contratações de escrivães.
A promotora Carolina Monteiro ressaltou que chegou ao conhecimento do Ministério Público até mesmo falta de mais delegados de polícia, uma vez que apenas um delegado está atuando para suprir a demanda de casos de atendimentos internos e ocorrências policiais.
A agente ministerial disse que se faz necessária a medida, uma vez que a segurança pública a cada dia fica mais complicada no município. “Todo mundo sabe a situação em Parintins. A criminalidade vem crescendo, a delegacia não tem estrutura adequada, temos apenas um delegado, que heroicamente vem levando à frente essa delegacia com todo o esforço da equipe de policiais civis”, pontuou a promotora.
Por outro lado, a falta de estrutura do 11º Batalhão de Polícia Miliar de Parintins há tempos é inexistente no município. O prédio foi desativado por conta de risco de desabar devido o desgaste do tempo.
Enquanto nenhuma providência é tomada pelas autoridades do município de Parintins e do governo do Estado, a população paga caro, ou melhor com a própria vida a falta de responsabilidade com a seguranças pública, que é um direito de todos.
Marcondes Maciel | Repórter Parintins
