Garantido celebra ancestralidade na primeira noite do Festival de Parintins

Garantido celebra ancestralidade na primeira noite do Festival de Parintins Fotos: Agnaldo/Igor Notícia do dia 25/06/2016

O boi Garantido abriu o 51º Festival Folclórico cantando e celebrando a ancestralidade. Após o texto de abertura narrado pelo pajé André Nascimento, o boi de Lindolfo conduziu o espetáculo com o ritual indígena Karajá, do artista Marialvo Brandão. O rito narra a história do fim apocalíptico e o renascimento do povo indígena que vive na Ilha do Bananal, as margens do Rio Araguaia.

 

Segundo a narração mítica, uma mulher teria violado o templo sagrado da iniciação masculina conhecida como Casa dos Homens ou Casa das Aruanãs, despertando, assim, a fúria dos deuses, provocando destruição na aldeia e prenunciando o fim do povo Karajá, que se auto denomina Inysonwera, que significa “povo antigo”.

 

Ainda celebrando a ancestralidade, o Garantido apresentou como momento folclórico a Diversidade Cultural do Povo Brasileiro. O vermelho e branco destacou o sincretismo religioso, os folguedos brasileiros e a herança cultural dos povos que influenciaram no Boi-Bumbá de Parintins. Na alegoria do artista Vandir Santos surgiram os itens Porta-Estandarte, simbolizando a promessa a São João Batista, a Sinhazinha da Fazenda Djidja Cardoso e o Boi-Bumbá Garantido, que surgiu dentro de um coração aos pés de Jesus Cristo..

O artista Rogério Azevedo foi o responsável pela alegoria da Figura Típica Regional da primeira noite do Garantido. O Caboclo Sacaca é a pessoa que tem o poder de afastar as encantarias, os chamados “quebrantos” e assim podem curar os males para o qual a medicina tradicional não tem remédios. A Rainha do Folclore Isabelle Nogueira surgiu na alegoria, simbolizando a sabedoria cabocla no manuseio das ervas medicinais.

 

A Lenda Amazônica Yapuritã encerrou a primeira noite de apresentação do Boi Garantido. Segundo o povo apurinã, na região do Rio Purus, o Xamã incorpora o espírito de jaguar e repassa os poderes à Cunhã Piaga, que lidera o combate contra a fera que ataca principalmente as crianças da aldeia apurinã. A Cunhã-Poranga Verena Ferreira liderou o povo da aldeia contra o temível Yapuritã e celebrou a vitória contra o ente maléfico.

 

Correria

Nem tudo foi alegria na apresentação do Boi Garantido. Com duas horas de apresentação, o vermelho e branco ainda não havia apresentado a figura típica regional e a lenda amazônica, causando preocupação na diretoria do boi vermelho. Após acelerar o passo para o encerramento, o Garantido encerrou sua apresentação com duas horas, trinta minutos e cinquenta e três segundos, não configurando, segundo o regulamento, atraso no tempo máximo de apresentação.

 

Problemas no telão

Com duas horas e vinte e sete minutos de evolução do Garantido, o telão que demonstra ao público o tempo de apresentação apagou e causou tumulto e correria entre os fiscais dos dois bois. No entanto, o computador que registra o tempo de apresentação estava funcionando normalmente e, com o devido registro dos fiscais, o cronômetro foi encerrado após o fechamento dos portões e a total retirada da arena de todos os brincantes do Boi do Povão. De acordo com o fiscal do Boi Caprichoso, Alessandro Hayden, não há ocorrência a registrar segundo o regulamento.

 

João Carlos | Repórter Parintins

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