Brechós viram fonte de renda em Parintins

Brechós viram fonte de renda em Parintins Fotos: Marcondes Maciel Notícia do dia 06/06/2016

A busca por uma renda extra, uma fonte de ganho alternativo e até como o único meio de sobrevivência tem sido o caminho de muitas mulheres que resolveram se tornar microempresárias de confecções com venda de roupas usadas, um reflexo da falta de circulação de dinheiro e o impacto das milhares de demissões na administração municipal. Um exemplo claro é a permanência de mais de 15 brechós ao ar livre que todos os finais de semana fazem parte do cenário comercial nas proximidades da Feira Comunitária da Itaúna II, na rua Irmã Cristine, próximo ao 3º DIP. Os pontos de vendas são improvisados nas laterais das ruas.

 

A presença, principalmente de jovens e senhoras que tentam superar a crise com a venda de roupas seminovas está em vários pontos dos bairros Itaúna, Paulo Corrêa e União, a maioria nas feiras populares. Nas principais ruas se constata o surgimento de quiosques que foram transformados em brechós lotados de roupas reaproveitadas.

 

Uma dessas mulheres que sentiu na necessidade de vender roupas usadas como meio de vida é a senhora Myriam dos Santos do Lago, moradora da rua Antônio Meireles, no bairro Itaúna I. Dona Myriam conta que chega cedo à feira do Itaúna todos os domingos, estende uma toalha no próprio gramado onde são expostas as peças de roupas. São camisetas, sapatos, bolsas, enxoval de bebê, entre outros. “Fazia algum tempo que eu não vinha vender, mas meu filho adoeceu e tive que conseguir dinheiro. É daqui que estou me virando”, disse.

Renda familiar
A dona de casa Myriam contou que essa foi à forma de conseguir uma renda para o sustento do seu filho de um ano de idade, já que o pai da criança também está desempregado. Myriam afirma que essa se tornou uma fonte de renda provisória e que consegue as peças de roupas doadas pelas tias que moram em Manaus e sempre mandam confecções seminovas. “Não tenho emprego e em cada domingo chego a vender de trinta a quarenta reais”, disse.

 

De acordo com a auxiliar de escritório Franciana Pires Gonçalves, as pessoas com menos poder aquisitivo sempre guardam um dinheiro para comprar nos brechós nas proximidades da feira do Itaúna. Ela conta que tem emprego, mas acompanha sua irmã na empreitada de cada domingo, devido a irmã e o marido estarem desempregados. “Eu venho pra ajudar minha irmã. Ela tem duas crianças e o marido também está desempregado”, disse.

 

Franciana Gonçalves revelou que as roupas são doações de amigos e familiares que se juntaram para ajudar a irmã. Ela conta que todas as peças são selecionadas, as que apresentam alguma avaria recebem conserto, passam pelo processo de lavagem e são passadas a ferro para poderem ir para a venda.  “Minha irmã precisa. Ela mora de aluguel e tem dois filhos pequenos”, disse.

 

Franciana diz que na hora da venda direta ao consumidor prevalece o poder do convencimento, porém, há exceções para as pessoas de baixa renda que ficam interessadas em levar algumas peças, mas nem sempre dispõem de dinheiro suficiente. “As peças variam de preço, de um a dez reais. Se a pessoa achar muito caro e não tiver o dinheiro necessário, a gente negocia”.

 

Um dos frequentadores dos brechós, o apontado Alfredo Soares Paiva disse que todos os domingos passa na feira de roupas usadas para conferir as novidades. Ele afirma que por ser evangélico, já chegou a comprar sapato e paletó em prefeito estado de conservação.  

 

Marcondes Maciel | Repórter Parintins

 

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