Em Parintins, Alfredo chama Dilma de colega

Em Parintins, Alfredo chama Dilma de colega Fotos: Igor de Souza Notícia do dia 19/04/2016

Apesar do Partido da República (PR) ter fechado com o Governo pelo voto contra o processo que pode levar à cassação de Dilma Rousseff, o ex-ministro dos Transportes, ex-senador e então presidente nacional da sigla, Alfredo Nascimento, bateu o pé e disse sim ao impeachment. Por sua infidelidade ao governo da presidente, todos os cargos que estavam sob sua influência, no Amazonas, tiveram suas demissões publicadas na edição desta terça-feira, dia 19, do Diário Oficial da União.

 

Há quatro meses, o deputado federal Alfredo Nascimento, ainda na presidência do PR e como aliado do Governo Federal, veio ao município de Parintins para participar da assinatura da ordem de serviço para a construção do porto de Vila Amazônia. Na ocasião Alfredo destacava a liberação dos recursos para a construção do porto da ordem de R$ 15 milhões, dinheiro que havia conseguido com a presidente Dilma.

 

Em pronunciamento no palanque Alfredo destacava ainda a amizade que tinha com a então ministra da Casa Civil, no governo Lula, e com quem esteve em Parintins, em 2006, na inauguração do porto da cidade. Nascimento enfatizava, inclusive, que a maioria dos políticos estavam desacreditados, numa clara insinuação de sua fidelidade a presidente Dilma e até mesmo sua honestidade. Alfredo em suas palavras repassara para a comunidade a impressão de gozar de prestígio junta a Dilma Rousseff.

 

O deputado federal foi um dos responsáveis pela conquista do porto da Vila, localidade rural onde o Governo Federal iniciou a construção do terminal hidroviário, considerado um dos maiores do interior do Estado do Amazonas, maior até mesmo que o de muitas cidades de porte médio na região Norte.

 

Na sessão de segunda-feira, dia 18, na Câmara Municipal, o vereador Mateus Assayag (PR) demonstrava preocupação com a continuidade das obras de infraestrutura devida a falta de recursos, que nessa primeira fase o Dnit realiza a construção do muro de contenção de cerca de 200 metros de extensão.

 

Pela medida da Presidência da República, contra a traição de Alfredo, foram exonerados José Fábio Porto Galvão, da Superintendência Regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes no Estado do Amazonas (Dnit-AM), e Wilson Wolter Filho, da Administração das Hidrovias da Amazônia Ocidental (Ahimoc).

 

Devido às mudanças nos cargos dos representantes do Dnit e da Ahimoc, a obra em Vila Amazônia tende a andar em passos lentos, mas o presidente do PT em Parintins, Flávio Farias, assegura que não deve haver reveses e que o governo vai dar prosseguimento ao trabalho para não prejudicar os moradores da localidade que tanto acreditavam que o porto poderia se tornar numa alavanca para o desenvolvimento da região.

 

Essas mudanças podem atingir também a administração do porto de Parintins que assumiu há pelo menos três meses. 

 

Neudson Corrêa | Repórter Parintins

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