Deus e o Impeachment

Deus e o Impeachment Notícia do dia 18/04/2016

*Felipe Miranda - Analista

Você tem razão: eu deveria falar especificamente de finanças e recomendações de investimento.

 

Já chego lá, exatamente onde você quer. Peço antes um minuto. Uma breve digressão será necessária para provar o meu ponto.

 

Começo com uma pergunta muito simples, super fácil de ser respondida: Por que existe algo e não apenas o nada?

 

Evidentemente, esse não é um questionamento novo. Fora formalizado originalmente, tal como apresentado aqui, por Leibniz e, claro, segue até hoje como um dos principais pontos do debate filosófico.

 

Com efeito, trata-se, em termos práticos, da mesma pergunta de “Quem somos nós?” ou “Qual o sentido da vida?”, cuja resposta permanece em aberto mesmo séculos depois de sua concepção original - talvez seja mesmo uma dúvida insolúvel, posto que exigiria capacidades sobrehumanas. Condicionados às limitações do espaço-tempo, os homens talvez não sejam capazes de endereçar o ponto.

 

Volto um pouco no tempo. Coisa rápida.

 

Até o Iluminismo, havia uma dicotomia capaz de nos dar resposta à pergunta. Dividia-se o mundo entre a esfera terra e aquela superior, atribuída ao metafísico. Esse “mundo divino” emitiria o verdadeiro significado ontológico da vida.

 

Aqui, estaríamos apenas de passagem, submetidos a uma ordem divina superior, capaz de nos impor, numa espécie de ditadura metafísica, um conjunto de referências éticas e morais. Havia uma explicação clara, vinda de Deus, para o que seria exatamente o ser humano. A vida tinha um sentido, um significado, vindo da esfera superior. Aos homens, caberia atender à vontade de seu Criador.

 

Nietzsche matou Deus em um de seus livros. Darwin também deu uma bela contribuição nesse homicídio - alguns dão certeza sobre o local do crime: Galápagos. Eu sinceramente não sei o autor do assassinato, nem exatamente quando ele aconteceu. Fato é que, desde o Iluminismo, a luz da razão eliminou as questões de ordem superior.

 

O método científico acabaria com a possibilidade de explicações de cunho extraterreno. Supostamente, o homem criaria um novo Deus, batizado de Ciência, com capacidade de explicar todas as questões.

 

Qual o problema disso?

 

Se, por um lado, o método analítico dedutivo formulado principalmente por Descartes permite um avanço formidável do conhecimento e nos alça a um novo patamar de compreensão; por outro, não se mostra capaz de explicar tudo e, ainda pior, elimina qualquer possibilidade que advém da esfera superior. Acaba a dicotomia clássica pré-iluminista e, com isso, caem todas as referências morais cristalizadas até então. 

 

O sentido ontológico clássico e inabalável, de que estamos aqui de passagem para atender a vontade divina, simplesmente acaba. Morre também a ideia de que há um conjunto irresistível, plenamente dominante e estático de valores e princípios morais.

 

Somos e devemos ser apenas aquilo que quisermos, num arcabouço ético e moral relativo, criado individualmente e útil apenas para cada pessoa. A realidade é apenas uma fantasia. Aquilo que nós achamos que ela é. Nada tem sentido absoluto e incontestável. Os valores, a ética e a cultura pertencem a cada um. Somos nós mesmos que estamos construindo e percebendo a realidade, cada um de um jeito.

 

A realidade, per se, não existe. Ontologicamente, há apenas o nada. Interessa apenas e tão somente nossa percepção da realidade; e não a realidade em si, que é apenas uma construção mitológica. Uma fantasia criada para podermos viver de forma mais harmônica, adaptados a um conjunto de valores definido pela sociedade, com os quais podemos ou não compactuar.

 

Eita, mas por que está viagem agora? Por que estou dizendo tudo isso?

 

Na economia, aquilo que seria a realidade estéril, a verdade ontológica, é o chamado “fundamento econômico”. Mas, como vimos, a realidade sozinha não existe. Há apenas a percepção da realidade. No caso, a percepção - ou, especificamente, a expectativa - sobre a realidade.

 

É isso que interessa. E é isso que ninguém entendeu sobre o rali do impeachment.

 

Enganam-se todos que dizem que o reapreçamento em curso dos ativos brasileiros terá fôlego curto, pois não se “assenta em fundamento econômico sólido”.

 

O verdadeiro fundamento é a percepção da realidade, a expectativa sobre ela. E é justamente sobre a expectativa que atua o Plano Temer.

 

Expectativa forma preço. Mais do que isso, mexe com todas as variáveis econômicas relevantes, aparecendo em qualquer modelo sobre inflação, consumo e investimento. Ou seja, ela é o próprio fundamento em si.

 

O empresário decide investir porque antecipa uma realidade melhor à frente. O consumidor vai às compras pois espera ter condições para isso, hoje e no futuro. O pai de família pode comprar um novo imóvel porque espera contar com financiamento de longo prazo, já que a hipótese de tornar-mo-nos uma Venezuela está descartada.

 

Michel Temer certamente não resolve todos nossos problemas. Igualmente certas são as dificuldades que enfrentará para tocar pautas impopulares.

 

Ele pode não resolver todas as questões, mas cria as bases potenciais para isso. Temer não é condição suficiente para a recuperação vigorosa do crescimento econômica, mas é uma condição necessária.

 

Para quem flertava com o abismo, isso já é bastante. O rali do impeachment vai continuar. O céu é o limite. Se Deus quiser. 

 

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Este domingo é um dia histórico. 

 

O processo de impeachment nos coloca diante de uma potencial ruptura para os mercados.

 

E o que de prático você pode fazer diante disso?

 

Algo muito simples e bastante oportuno: aproveitar a segunda pernada do rali, mas sem abrir mão da proteção do seu patrimônio.

 

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