Alunos da Escola Senador João Bosco apresentam projeto “Formação do Povo Brasileiro”

Alunos da Escola Senador João Bosco apresentam projeto “Formação do Povo Brasileiro” Fotos: Marcondes Maciel Notícia do dia 22/03/2016

Os traços étnicos do povo brasileiro, formação cultural do amazonense e do povo parintinense foram tema do projeto “Culturas afro e indígena: Genealogia cultural brasileira” desenvolvido pelos alunos da Escola Estadual Senador João Bosco para enaltecer o branco, o negro e o índio. O trabalho de pesquisa foi apresentado por meio de teatralização, dança, narração de fatos antropológicos históricos para mostra para a comunidade escolar e a sociedade a riqueza cultural, principalmente as heranças deixadas pelos grupos indígenas. A mostra aconteceu na manhã de segunda-feira, 21 de março, no auditório da escola.

 

Na primeira fase do projeto os alunos desenvolvem a temática: “Formação do Povo Brasileiro”, com os três elementos formadores da identidade nacional: o índio, o morador milenar dessas terras, o branco que aqui chegou no século 15 e o negro que imigrou de forma compulsória, resultado das políticas mercantilistas portuguesas. A primeira fase do projeto ficou a cargo dos professores de ciências humanas Alcifran Martins (história), Samuel Sá (geografia), Rosinete Teixeira (geografia) e Aureliane (sociologia e filosofia).

 

De acordo com a aluna Maria Letícia Bulcão Cunha, 16 anos, que representou a guerreira indígena, o projeto vem de encontro à realidade e mostra de forma clara e objetiva os traços herdados pelos povos ancestrais que viveram na região. “Não podemos esquecer as nossas raízes. Somos mestiços vindos do negro, do índio e do branco. Então temos que ressaltar nosso lado indígena, principalmente porque nossa região foi mais habitada pelos nossos nativos”, frisou Letícia.

 

A aluna do 2º ano, Letícia Cunha, ressalta que com projetos trabalhados por meio de narrações e peças teatrais a escola faz com que os estudantes do ensino médio resgatem o sentimento de pertencimento a terra onde todos nasceram. “Os traços não são só fisicamente, mas nos costumes. Nós temos o hábito de andar descalços, comer farinha, dormir em rede. Isso é cultura que não podemos perder, é nosso”, disse.

 

Para o gestor da escola, Venício Garcia, o projeto tem como base as pesquisas das raças do povo brasileiro pelo antropólogo Darcy Ribeiro para mostrá-la de uma forma verdadeira. Venício explica que a escola Senador João Bosco tem esse compromisso. “Até porque, estamos vivendo um momento muito oportuno, uma vez que temos a necessidade de mostrar para sociedade como viveram esses povos ancestrais, o porquê estamos, hoje, vivendo essa diversidade cultural”, frisou.

 

O gestor relatou que se trata da continuação de um trabalho com os alunos para mostrar a diversidade cultural, como o projeto desenvolvido em 2014 que focou na cultura nordestina e afro na cidade de Parintins. “E hoje o trabalho dos professores e alunos das áreas de humanos visa mostrar a beleza, autenticidade e não o exotismo. O ponto principal é essa identidade, que tanto temos que preservar, até que para se ter a característica de uma nação, temos que valorizar os ritos, lendas, os ancestrais. Aí você vai entender porque nós comemos farinha, tomamos tacacá, o peixe”, explicou.

 

O professor de geografia, Samuel Sá, um dos organizadores do projeto, destaca que o projeto tem o objetivo de enaltecer principalmente as etnias do branco, o negro e o índio por meio da participação direta dos estudantes. “Estamos apresentando esse alvorecer, que seria a mistura desse caldeirão que nós observamos que o Brasil é, e claro, principalmente enaltecendo a nossa cultura nessa mestiçagem, a conservação da identidade brasileira”, pontuou.

 

Marcondes Maciel | Repórter Parintins

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