O prefeito Alexandre da Carbrás (PSD) voltou a ser alvo de duras críticas do empresário Francisco Vasconcelos. Entre outros adjetivos Chiquinho classificou Carbrás como colecionador de “pinos”, expressão usada para quem não paga dívidas financeiras. A declaração do empresário aconteceu na tarde de quinta-feira, 10 de março, ao se pronunciar sobre a demolição de seu imóvel, na avenida Paraíba.
De acordo com Chiquinho o prefeito Alexandre da Carbrás agiu com arbitrariedade na ação de desapropriação de seu terreno e teria tomado a medida sem mesmo ter informado o empresário. “Como é uma ordem judicial a gente vai respeitar. Mas a gente sabe que tem má fé pelo prefeito porque isso é de praxe dele. Não sei se vocês lembram, mas no tempo do pai dele, de madrugada ele queria derrubar casas, muros. Ele só não fez mais porque na época tinha um promotor aqui, o doutor Fábio (Fábio Monteiro) e juiz Mauro (Mauro Antony) que viram muita arbitrariedade e começaram a impedir”, disparou.
O empresário explicou que estava em Manaus quando recebeu a ligação do prefeito Alexandre da Carbrás para negociar a desapropriação do imóvel e ao mesmo tempo pedir fiado o fornecimento de 600 litros de gasolina. “Ele dizendo que não sabia que o terreno era meu, mas já ficou sabendo e queria negociar. Foi quando eu disse: a gente negocia sim, agora é preciso também que você me pague o material que me deve há mais de dois anos, que eu vendi exatamente para a Paraíba”, frisou, acrescentando: “Carbrás disse que ia mandar o secretário Weber me procurar. Passou uma semana ele me ligou: poxa Chiquinho, estou precisando de ti, me vende 600 litros de gasolina fiado”, argumentou.
Depois de fornecer a gasolina o prefeito Alexandre da Carbrás não efetuou o pagamento, segundo o empresário. “Depois esperei, liguei e ele nunca me atendeu. E por trás, ele está desapropriando. Eu não sou contra desapropriação, só que teria que ser de forma legal”, disse. Chiquinho afirmou que procurou os vereadores Nelson Campos (PRTB) e Juliano Santana (PDT) e ficou sabendo que o pedido de desapropriação não passou pela Câmara. “A desapropriação foi no valor de R$ 125 mil. Eu não me apropriei, eu comprei legalmente na Justiça e a Prefeitura cobrou o imposto, concordou com a avaliação e foi feito todo o trâmite legal”, explicou.
Francisco Vasconcelos assegura ser complicado o prefeito Alexandre da Carbrás construir uma praça naquele espaço, uma vez que a administração municipal não trabalha com seriedade na obra da rua Paraíba. “Como ele quer fazer praça ali se ele está há dois anos que não termina a Paraíba. Ele quebra meia hora e fecha a rua, não existe seriedade na parte da obra e a gente fica a mercê ali”, disse.
No entendimento de Chiquinho, Carbrás quer levar a falência os empresários com a interdição constante da rua Paraíba. “O que ele quer mesmo é os empresários quebrados. Se você vê o tanto de empresário que esse rapaz vem dando pino na cidade. Isso aí eu classifico como pino, porque eu acho que os empresários, eles geram impostos para a cidade, geram empregos, pagam alvarás e o que a gente ganha aqui agente investe aqui”, pontuou.
Obra da Paraíba
As críticas feitas por Chiquinho sobre a demora da obra da rua Paraíba é que provoca queda diária nas vendas, o que leva à demissão de funcionários. “Nós chegamos a demitir funcionário por conta da paralisação da Paraíba e ele não está nem aí. Não sei qual é a mentalidade desse rapaz em prejudicar os empresários. Se você vê, tem várias empresas que ele vem dando calote. Ele coleciona pino. Depois que esse rapaz demitiu aquele horror de funcionários, todos os empresários estão passando por dificuldade”, frisou.
Crítica
O empresário ressaltou que, com a aproximação do período eleitoral Alexandre da Carbrás voltou a falar com o povo e se fazer presente nas frentes de obras, como na operação tapa buraco. “Agora ele já está andando na rua, limpando e realizando a operação tapa buraco. Isso aí já é uma estratégia para enganar a população de novo, todos nós sabemos. Eu gostaria que a população ficasse atenta. Agora ele vai ficar bonzinho de novo, agora ele vai começar a frequentar as igrejas. Quando tiver qualquer manifestação da Igreja, ele estará lá. É arriscado até ele está em baixo da chuva com a Bíblia na mão”, finalizou.
A secretária de Administração e Planejamento da Prefeitura de Parintins, Eliane Melo, disse que não houve negociação com o empresário uma vez que a questão foi para a justiça, onde está sendo definido o valor da indenização, pois o terreno teria dois donos. “Acho que isso é uma causa natural. Ele se diz proprietário do imóvel. Nós temos uma outra pessoa que também se diz proprietária do imóvel. Cabe a justiça decidir quem é o proprietário. Quanto ao valor, também será discutido na Justiça. Então, eu vejo tudo isso como uma causa muito natural em que cabe a justiça decidir e com certeza decidir pelo mais justo”, explicou a secretária.
Marcondes Maciel l Repórter Parintins