Everaldo Batista enfrenta pressão de vereadores por desmandos na Câmara

Despesa com 1.200 litros de gasolina sem justificativa seria uma das cobranças

Everaldo Batista enfrenta pressão de vereadores por desmandos na Câmara Foto: Marcondes Maciel Notícia do dia 29/02/2016

O presidente da Câmara Municipal de Parintins, Everaldo Batista (Pros), enfrenta descontentamento e impopularidade com os colegas parlamentares por conta de indícios de irregularidades e desmandos administrativos cometidos na sua gestão à frente do Poder Legislativo. Everaldo ascendeu ao cargo de presidente do Legislativo com o apoio do prefeito Alexandre da Carbrás (PSD).


Na avaliação da maioria dos vereadores, Everaldo Batista, assume uma atitude mais voltada para líder e defensor da administração municipal, do que mesmo de presidente da casa legislativa. A subserviência, beira ao ridículo e serve de chacota entre a população.  


Entre as cobranças feitas pelos vereadores ao presidente Everaldo Batista está a explicação do consumo de 1.200 litros de gasolina pagos com os recursos financeiros da CMP e que, segundo consta no relatório de despesas, foram utilizadas em serviços administrativos e do próprio presidente, no mês de janeiro de 2016. A interrogação entre os parlamentares é que no mês de janeiro a CMP estava em recesso e a maioria dos funcionários de férias, portanto não se justifica a consumo excessivo de gasolina.


A reprovação e insatisfação com a gestão de Everaldo Batista na Câmara Municipal levou nove vereadores a reunir para tratar sobre o assunto. O encontro aconteceu após a sessão ordinária de quarta-feira, 24, no gabinete da presidência, com a presença dos vareadores Ernesto Cardoso (PTN), Gelson Moraes (Pros), Karine Brito (PSD), Juliano Santana (PDT), Rai Cardoso (PMDB), Nelson Campos (PRTB), Mateus Assayag (PR), Maildson Fonseca (PSDB) e Rildo da Silva Maia (PMDB).


Na pauta da reunião, com duração de mais de 1 hora, os vereadores pontuaram que Everaldo Batista terá que explicar o porquê da economia com corte em serviços essenciais para o trabalho legislativo e publicidade dos atos dos vereadores. Eles cobram a contratação de mais dois jornalistas para atuarem na assessoria de imprensa, uma vez que atualmente uma só profissional de comunicação social atua na função e não atende a demanda de trabalho, com a sobrecarga de atividades para a produção de boletins informativos e releases diários de cada vereador.


Outra cobrança é quanto a não realização de licitação pública para a contratação dos serviços de transmissão da Rádio e TV Câmara. Desde o início dos trabalhos legislativos no dia 15 de fevereiro, as emissoras prestadoras de serviço estão transmitindo as sessões plenárias sem o devido contrato e se não fechar a licitação ainda esta semana, deverão parar de transmitir.



Excesso de poder
Os vereadores discutiram também sobre os salários dos servidores efetivos que não foram reajustados conforme a lei, além de serem enfáticos com a autonomia e o excesso de poder atribuído pelo presidente Everaldo Batista ao servidor contratado da Câmara, Franderlício Santos, conhecido como o pastor Fran.


Entre as queixas dos vereadores, consta que o pastor Fran teria determinado o corte na compra de gêneros alimentícios, lanche dos funcionários e outras contenções de despesas. O funcionário Franderlício, que atua como secretário particular do presidente Everaldo Batista, teria poder de determinar e ordenar despesas e vetar a realização de serviços diários de interesses dos vereadores na atuação parlamentar.


O pastor Fran estaria, até mesmo, mandando mais que o próprio presidente e os vereadores e tudo tem que passar pelo ‘crivo’ dele.  Um exemplo seria a utilização do carro oficial da CMP, que ao invés de ser de prioridade para o uso de atividades parlamentares externas dos vereadores, estaria à disposição exclusiva do pastor Fran.


De acordo com informações, a reunião para debater esses assuntos seria apenas com os nove vereadores presentes na sessão, sendo que a vereadora Vanessa Gonçalves (Pros) estava em Manaus e o presidente Everaldo Batista estava licenciado para ocupar o cargo de prefeito em exercício. Entretanto, um dos vereadores da base do prefeito Alexandre da Carbrás, se encarregou de avisar o presidente Everaldo pelo WhatsApp. Everaldo chegou na Câmara com a aparência de assustado e foi direto para a sala de reunião para receber a sabatina dos colegas.

 

Marcondes Maciel l Repórter Parintins

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