O presidente da Câmara Municipal de Parintins, Everaldo Batista (Pros), enfrenta descontentamento e impopularidade com os colegas parlamentares por conta de indícios de irregularidades e desmandos administrativos cometidos na sua gestão à frente do Poder Legislativo. Everaldo ascendeu ao cargo de presidente do Legislativo com o apoio do prefeito Alexandre da Carbrás (PSD).
Na avaliação da maioria dos vereadores, Everaldo Batista, assume uma atitude mais voltada para líder e defensor da administração municipal, do que mesmo de presidente da casa legislativa. A subserviência, beira ao ridículo e serve de chacota entre a população.
Entre as cobranças feitas pelos vereadores ao presidente Everaldo Batista está a explicação do consumo de 1.200 litros de gasolina pagos com os recursos financeiros da CMP e que, segundo consta no relatório de despesas, foram utilizadas em serviços administrativos e do próprio presidente, no mês de janeiro de 2016. A interrogação entre os parlamentares é que no mês de janeiro a CMP estava em recesso e a maioria dos funcionários de férias, portanto não se justifica a consumo excessivo de gasolina.
A reprovação e insatisfação com a gestão de Everaldo Batista na Câmara Municipal levou nove vereadores a reunir para tratar sobre o assunto. O encontro aconteceu após a sessão ordinária de quarta-feira, 24, no gabinete da presidência, com a presença dos vareadores Ernesto Cardoso (PTN), Gelson Moraes (Pros), Karine Brito (PSD), Juliano Santana (PDT), Rai Cardoso (PMDB), Nelson Campos (PRTB), Mateus Assayag (PR), Maildson Fonseca (PSDB) e Rildo da Silva Maia (PMDB).
Na pauta da reunião, com duração de mais de 1 hora, os vereadores pontuaram que Everaldo Batista terá que explicar o porquê da economia com corte em serviços essenciais para o trabalho legislativo e publicidade dos atos dos vereadores. Eles cobram a contratação de mais dois jornalistas para atuarem na assessoria de imprensa, uma vez que atualmente uma só profissional de comunicação social atua na função e não atende a demanda de trabalho, com a sobrecarga de atividades para a produção de boletins informativos e releases diários de cada vereador.
Outra cobrança é quanto a não realização de licitação pública para a contratação dos serviços de transmissão da Rádio e TV Câmara. Desde o início dos trabalhos legislativos no dia 15 de fevereiro, as emissoras prestadoras de serviço estão transmitindo as sessões plenárias sem o devido contrato e se não fechar a licitação ainda esta semana, deverão parar de transmitir.
Excesso de poder
Os vereadores discutiram também sobre os salários dos servidores efetivos que não foram reajustados conforme a lei, além de serem enfáticos com a autonomia e o excesso de poder atribuído pelo presidente Everaldo Batista ao servidor contratado da Câmara, Franderlício Santos, conhecido como o pastor Fran.
Entre as queixas dos vereadores, consta que o pastor Fran teria determinado o corte na compra de gêneros alimentícios, lanche dos funcionários e outras contenções de despesas. O funcionário Franderlício, que atua como secretário particular do presidente Everaldo Batista, teria poder de determinar e ordenar despesas e vetar a realização de serviços diários de interesses dos vereadores na atuação parlamentar.
O pastor Fran estaria, até mesmo, mandando mais que o próprio presidente e os vereadores e tudo tem que passar pelo ‘crivo’ dele. Um exemplo seria a utilização do carro oficial da CMP, que ao invés de ser de prioridade para o uso de atividades parlamentares externas dos vereadores, estaria à disposição exclusiva do pastor Fran.
De acordo com informações, a reunião para debater esses assuntos seria apenas com os nove vereadores presentes na sessão, sendo que a vereadora Vanessa Gonçalves (Pros) estava em Manaus e o presidente Everaldo Batista estava licenciado para ocupar o cargo de prefeito em exercício. Entretanto, um dos vereadores da base do prefeito Alexandre da Carbrás, se encarregou de avisar o presidente Everaldo pelo WhatsApp. Everaldo chegou na Câmara com a aparência de assustado e foi direto para a sala de reunião para receber a sabatina dos colegas.
Marcondes Maciel l Repórter Parintins