Comentarista do Caprichoso e ex-apresentador do Garantido travam duelo nas redes sociais sobre o festival

Comentarista do Caprichoso e ex-apresentador do Garantido travam duelo nas redes sociais sobre o festival Fotos: Divulgação Notícia do dia 23/02/2016

A comentarista de televisão do boi Caprichoso, Socorrinha Carvalho, em sua conta de Facebook contraria a opinião do ex-apresentador do boi Garantido, Paulinho Faria, quando afirma que economia de Parintins não depende só do festival folclórico.

 

Socorro Carvalho defende o comentário do presidente do azul e branco, Joilto Azêdo quando diz que Parintins depende da festa dos bumbás. O depoimento foi feito por Joilto no dia do lançamento da venda dos ingressos e do pacote turístico do festival no salão do Amazon River Hotel.

 

De acordo com Joilto Azêdo, atualmente a maior receita dos bumbás vem da venda de ingressos, em torno de R$ 1,7 milhão. “A venda de ingressos é a única receita que nós temos certa, que podemos contar. Vendendo ou não vendendo, a Cristina repassa o valor dos ingressos. No ano passado tivemos uma dificuldade muita grande, mas a Cristina cumpriu o contrato assim mesmo”, comenta.

 

Joilto explicou ainda que, com o corte de recursos de 20%, no ano passado, e 30% neste ano, o Governo do Estado deixa de ser o primeiro patrocinador, em termo de valores disponibilizados, para a preparação de cada boi. As empresas privadas ficam com a segunda posição de aporte financeiro.

 

Socorrinha Carvalho assegura que a cadeia produtiva de Parintins está interligada com o evento dos bumbás. “Cada boi contrata em torno de 400 a 500 pessoas por temporada (só nos galpões de alegorias e fantasias), fora as pessoas que trabalham na administração, eventos, paikisés , kaçauerés e etc. Onde vocês acham que essas pessoas gastam o dinheiro que recebem de seus contratos?”, justifica Socorrinha.

 

Paulinho Faria sustenta o que havia postado nesta segunda-feira de que Parintins não depende do festival e rebate com a seguinte citação: “São poucos os que se beneficiam da quantia em dinheiro que chega para os bois, e olha que é muita grana! Se esses valores fossem aplicados 100% nas agremiações, como no carnaval do Rio, nossas alegorias seriam bem acabadas, os artistas receberiam em dia, e os bois não estariam falidos, endividados até o pescoço. Vender para boi em Parintins, é um risco que o comerciante corre”, dispara.

 

Confira na íntegra as postagens de Socorrinha Carvalho e de Paulinho Faria

 

Socorrinha Carvalho

Como assim o festival não influencia em nada na economia de Parintins?
Realmente, dizer que Parintins depende única e exclusivamente do festival é exagero, mas também dizer que só quem lucra com o festival são as pousadas e bares é ter a uma visão muito limitada do que é a economia de um município.


Cada boi contrata em torno de 400 a 500 pessoas por temporada (só nos galpões de alegorias e fantasias), fora as pessoas que trabalham na administração, eventos, paikisés , kaçauerés e etc. Onde vocês acham que essas pessoas gastam o dinheiro que recebem de seus contratos?


Todos os anos as pousadas e casas fazem reformas para que possam alugar seus quartos e até mesmo a casa toda. Onde essas pessoas compram material de construção para suas reformas?
Os bares têm que ser abastecidos com bebidas. Quem trás essas bebidas de Manaus para serem vendidas em Parintins?


O trânsito de motos e carros aumenta bastante nos dias de festival, visto que, muitas pessoas trazem suas conduções de outras cidades. Onde essas pessoas abastecem seus veículos?


A cidade é invadida por turistas. Onde essas pessoas comem ou compram gêneros alimentícios?
Os turistas adoram dar volta de triciclos pela cidade. Quem conduz o triciclo que leva os turistas?
Dizer que todo material que os bois usam vem de outros estados é uma grande inverdade, muitos materiais, como ferro, madeira, tinta, cola e solda são comprados nas lojas de Parintins

Sementes, palhas e outros materiais regionais são comprados de nossos caboclos ribeirinhos.
Alguns tecidos e até alguns materiais de acabamento também são comprados aqui.
Espero, realmente, não presenciar o dia que esse festival deixar de existir, pois aí sim, vamos sentir na pele se ele influencia ou não na economia e no desenvolvimento da nossa cidade.


A situação do comércio e de Parintins, de uma forma generalizada, vai mudar quando tivermos consciência que não vamos ganhar dinheiro dos bois e sim que podemos ganhar dinheiro com o festival.

É o que eu penso.

 

Paulinho Faria

Penso diferente. São poucos os que se beneficiam da quantia em dinheiro que chegam para os bois, e olha que é muita grana! Se esses valores fossem aplicados 100% nas agremiações, como no carnaval do Rio, nossas alegorias seriam bem acabadas, os artistas receberiam em dia, e os bois não estariam falidos, endividados até o pescoço. Vender para boi em Parintins, é um risco que o comerciante corre.

 

Nós mesmos desistimos de cobrar o aluguel do Ilha Verde para ensaios da tribos do Garantido, deixamos pra lá. Uma loja de tecidos conhecida de uma amiga nossa, também já cansou de cobrar divida bovina, não teve jeito, e assim, inúmeras outras. Perguntamos a colegas donos de ferragens se os bois compram deles, a resposta foi não.

 

Em Manaus, um dos maiores comerciantes me falou da proposta indecente que recebeu dos bois, no tocante a super faturamento de notas fiscais. Aqui, uma transportadora conhecida teve que aceitar uma negociação que beneficiava um comerciante local, para poder receber uma divida de vários anos de um bumbá. E por aí vai, sujeira, desvio de verbas, os bois se atolando a cada ano em dividas, auditorias que comprovaram tudo o que estou falando, ou estou mentindo? Os bois não fazem nada no decorrer do ano para movimentar a cidade e angariar recursos, só esperam os recursos dos patrocinadores. É lamentável pessoas com essa visão limitada, fingindo não saber de toda maracutaia.

 

É triste ver o fim de uma festa que ajudamos a construir com tanto amor, Lindolfo Monteverde, Faria, Maia, Cohen, Mendes, Garcia, Vieira, Viana, Carvalho, Andrade, e muitas outras, e gente que quando chegou aqui encontrou tudo pronto, opina como se conhecesse a história desde o inicio. Não vou me alongar, pois seriam horas digitando, mas se for necessário estarei de volta. É o que eu penso.

 

Neudson Corrêa l Repórter Parintins

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