Foto: Divulgação
Notícia do dia 23/02/2016
Marcondes Maciel*
As castanheiras, cientificamente chamadas de bertholletia excelsa, família Lecythidaceae, estão entre os principais produtos extrativistas da região Norte com a coleta de suas castanhas, gerando enorme potencial econômico aos habitantes locais. Entretanto, esta espécie nativa que ainda existe no entorno da cidade de Parintins, em especial na área verde do bairro União, estão ameaçadas. Na Vila Amazônia, os moradores foram surpreendidos no dia 16 de março de 2015, por um grupo de pessoas que invadiu o terreno daquela gleba e iniciou um movimento de ocupação para construção de moradias. De terçado nas mãos, os invasores, além de desmatarem, derrubaram de forma criminosa 48 castanheiras.
O desrespeito com meio ambiente e com as nossas exuberantes castanheiras há muito tempo vem acontecendo livremente e nenhum órgão de proteção tomou uma medida mais dura para punir os criminosos que insistem em praticar atentado de violência contra a vida das espécies nativas de nossa flora, principalmente as indefesas castanheiras. Um exemplo explícito foi a derrubada de 130 unidades de bertholletia excelsa, a castanheira nossa de cada dia, para dar lugar ao Residencial Vila Cristina.
Nesse caso, nada de concreto foi feito para punir os malfeitores do meio ambiente e isso abre precedentes para devastação de outras dezenas de árvores, não somente as frondosas castanheiras protegidas por lei federal, como também de outras espécies de grande importância para o equilíbrio do ecossistema.
No caso da ocupação de uma área considerada de proteção ambiental, no espaço verde no entorno do bairro União, várias castanheiras estão sob a iminente ameaça. No local, sem nenhum critério técnico, a administração municipal transferiu para particulares 18 lotes de terra para a construção de moradias, sede comunitária e igreja.
Outro agravante é que a área repassada pela Prefeitura de Parintins para a edificação de residência de membros da Associação dos Carroceiros de Parintins fica localizada nas proximidades da cabeceira principal do lago Macurani, área que serve de abrigo para centenas de castanheiras, um recanto que interage harmonicamente com o ecossistema, garantindo-lhe plena sustentabilidade, além dos benefícios à sadia qualidade de vida.
Marcondes Maciel - Bacharel em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam)
