Foto: Igor de Souza/Neudson Corrêa
Notícia do dia 25/12/2015
As irregularidades na contração de embarcações para o transporte escolar, por parte da empresa que administra mais de R$ 7 milhões por ano, a empresa M.R da Silva Vieitas Eirele, foram denunciadas por um grupo da Cooperativa do Transporte Escolar de Parintins. Entre as improbidades administrativas cometidas por integrantes do grupo do prefeito Alexandre da Carbrás (PSD) que exercem cargo de confiança está a contratação de dois barcos de propriedade do chefe de gabinete Carlos Augusto das Neves.
Para falar sobre a denúncia, os membros da atual diretoria e da diretoria eleita no dia 17 de dezembro, estiveram na redação do REPÓRTER PARINTINS, na tarde de segunda-feira, 21. De acordo com o atual presidente da Cooperativa, Adeilson Pereira, Carlos Augusto das Neves conseguiu um contrato com a Secretaria Municipal de Educação para prestar serviço no transporte escolar. “Carlos Augusto das Neves é um que mana no transporte escolar. São os barcos mais caros que tem no transporte escolar”, denunciou.
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Adeilson Pereira citou os nomes dos barcos que supostamente pertencem ao ex-vereador e o valor do contrato, que segundo ele é o maior de todos os transportadores. “Ele tem dois barcos que recebem R$ 13 mil, que está no nome de Rubens Cavalcante Farias. Os nomes dos barcos são Gedeão e Comandante Souza. Eles fazem a rota da comunidade do Tracajá”, ressaltou.
Pereira relatou que para colocar os dois barcos no contrato da Prefeitura de Parintins, Carlos Augusto retirou trabalhadores que prestavam serviço no transporte de alunos no início do ano. Ele teria afastado um cooperado para colocar um barco dele na rota. “O valor nessa época era de R$ 2.400,00 os dois horários. Dobrou pra R$ 5 mil. E depois, pra ele dar uma de bom moço, chamou o nosso cooperado para prestar serviço pra ele, como se nada tivesse acontecido”, explicou.
O presidente dos transportadores esclareceu que a mesma coisa o chefe de gabinete fez com outro cooperado na comunidade Limão. “Ele tirou um cooperado nosso e colocou o barco dele. Eu como presidente da Cooperativa fui lá, reuni e tiramos o barco dele e reconduzimos o nosso cooperado na rota que ele fazia”, ressaltou.
Defesa dos cooperados
Adeilson Pereira pontuou que foram muitas a vezes que tentaram lhe convencer a compactuar com irregularidades no transporte escolar, porém, assegura ele, seu papel é lutar pelo bem da Cooperativa. “Nunca me curvei diante desses caras, não aceitei o que eles quiseram me dar, porque tenho a função de presidente e estou para defender os cooperados”, frisou,
Ele destacou que vai procurar o Ministério Público para denunciar as irregularidades, uma vez que, segundo ele, o grupo que atualmente está atrelado ao prefeito Alexandre da Carbrás só pensa em ganhar dinheiro com os serviços públicos. “A intenção deles é outra, é querer ganhar na costa da Cooperativa. Então, no momento em que o prefeito prestar a atenção e acordar para essas situações, pra ele ver quem são essas pessoas que estão lá, aí vai ser tarde de mais”, alertou.
Questionado se o prefeito Alexandre da Carbrás é sabedor de todas essas irregularidades, o presidente da Cooperativa disse: “Nada acontece sem o prefeito saber. Tudo o que acontece ele sabe sim e diz que não sabe”.
O chefe de gabinete falou com a reportagem e disse que não há provas de ligação de seu nome com contratos no transporte escolar. Ele orientou a reportagem a procurar a relação dos prestadores de serviço no transporte escolar para constatar o que afirmou. Em seguida Carlos Augusto desconversou e afirmou que retornaria em alguns instantes a ligação e desligou o telefone. Até o fechamento desta matéria Carlos Augusto não retornou a ligação.
Marcondes Maciel/Repórter Parintins
