Após vaias, prefeito diz que vai cumprir proposta da UEA

Lixo faz políticos trocarem acusações durante audiência pública

Após vaias, prefeito diz que vai cumprir proposta da UEA Fotos: PMP/Igor de Souza Notícia do dia 20/11/2015

A audiência pública sobre a lixeira, realizada na quarta-feira, 18, no auditório da UEA/Parintins provocou uma série de acusações e bate-boca entre políticos de Parintins. O prefeito de Parintins, Alexandre da Carbrás, depois de sonoras vaias, afirmou que vai atender as propostas da universidade para melhorias na lixeira pública de Parintins.

 

Mesmo negando discursos politiqueiros, vereadores e prefeito pareciam estar em palanques eleitorais e trocaram acusações, usando como pano de fundo a interminável problemática da lixeira na cidade. Os ataques tiveram como trilha sonora as vaias da assembleia, formada na grande maioria por acadêmicos, professores, moradores de bairros próximos à lixeira e membros de entidades socioambientais.

 

Pela primeira vez a audiência pública contou com participação do prefeito municipal Alexandre da Carbrás, recebido por um coro de zombaria que, esporadicamente, o interrompia durante o discurso. As vaias eram compartilhadas também com vereadores e o secretariado da base do executivo. “Não se trata mais aqui quem gosta do prefeito, quem votou ou quem nunca mais vai votar. A grande questão é nós resolvermos, definitivamente, com propostas viáveis e buscarmos os recursos”, tenta amenizar Carbrás.

A grande revolta da população, em especial, moradores adjacentes à lixeira, professores e acadêmicos da UEA é devido a demora na execução de melhorias no local. Essas pessoas cobravam solução para o problema que se arrasta há mais de quinze anos no município. Diversas audiências públicas foram realizadas e nada de concreto foi definido para executar ações na lixeira. Para o acadêmico Sidnei Neto, 20, o problema é grave, afeta toda a população e até agora nada foi realizado para acabar de uma vez com isso”.

 

O professou Eliseu Souza foi veemente no discurso e rebateu acusações que apontam interesses politiqueiros no movimento criado pela universidade. “Nós não somos uma quadrilha. Nós somos profissionais da educação, somos trabalhadores, somos estudantes, portanto, é preciso respeito conosco. Eu quero dizer que nós trabalhamos para não transformar isso aqui num palanque, até porque nós não somos filiados a nenhum partido politico. Estamos preocupados em defender a causa, portanto respeito é bom e nós exigimos”, critica.

 

O professor alfinetou ainda o prefeito que durante campanha política usou de recursos de mídia para buscar eleição. “Nós não criamos programa de TV, nós não criamos programa de rádio para dizer que Parintins não prestava”, retrucou. Neste momento, Eliseu foi interrompido pelo presidente da Câmara, Everaldo Batista (PROS), o parlamentar foi criticado pelos participantes também com vaias.

 

A professora da UEA, Allem Marinho, tentou conter o ânimo dos participantes e, numa questão de ordem, pediu que se formasse uma comissão para fiscalizar os trabalhos voltados para lixeira, bem como atuar em propostas que solucione definitivamente a problemática.

 

Eliseu apresentou proposta formatada por professores, acadêmicos e representantes de movimentos sociais e entidades civis organizadas. Eles exigem cronograma de atividades, comissão de fiscalização da lixeira, plano municipal de gestão integrada de coleta seletiva, educação ambiental, local definitivo para o aterro controlado, subsídios para entidades que trabalham com a coleta e o tratamento do lixo.

 

Carbrás afirmou concordar com as propostas da universidade e comprometeu-se em trabalhar na realização dessas ações. “Tudo que o professor falou aqui em relação as propostas eu assino em baixo. Todos esses itens foram apresentados por nós na câmara federal, nós fomos junto ao Governo do Estado”, afirma.

 

O único momento que o prefeito recebeu aplausos foi quando disse: “se for preciso arcar com viagem de todo mundo pra ir pra Brasília eu tô preparado pra isso”, numa tentativa de agradar o público.

 

Eldiney Alcântara/Repórter Parintins

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