Vaias e bate-boca: audiência pública sobre a lixeira com propostas e farpas

Vaias e bate-boca: audiência pública sobre a lixeira com propostas e farpas Fotos: Igor de Souza Notícia do dia 18/11/2015

Uma salada de farpas, vaias, bate-boca, aplausos, cobranças, cobranças e muitos outros ingredientes típicos das discussões sobre a lixeira pública de Parintins foram o prato principal da audiência pública realizada hoje, 18, pela manhã no auditório da Universidade do Estado do Amazonas (UEA/Parintins).

 

Executivo, Legislativo, entidades, movimentos, professores, acadêmicos, moradores de bairros próximos e demais participantes estiveram reunidos para o encontro que mais se discute e menos se resolve no município.

Os vereadores apresentaram as demandas da população no que tange às cobranças para melhoria no sistema de coleta e armazenamento do lixo da cidade. Este receberam aplausos da assembleia, formada basicamente por acadêmicos e representantes de movimentos sociais.

 

Secretários e vereadores da base a base do prefeito Alexandre da Carbrás receberam críticas, reclamações e, principalmente, muitas vaias. O grande protesto é quanto a demora na solução do problema, em especial, à constante fumaça que sai da lixeira e afeta toda a cidade, principalmente, moradores próximos ao local.

 

Para o vereador Juliano Santana (PDT), o executivo não apresentou proposta e apenas jogou a culpa da lixeira para administrações passadas. O secretário de meio ambiente e limpeza pública, Suammy Patrocínio, rebateu as críticas e afirma que a prefeitura já extinguiu cerca de 90% do fogo na lixeira. O caráter politiqueiro dos discursos também foi alvo de debate. Todos que se pronunciaram e afirmaram não ter qualquer interesse político no caso.

 

Durante seu pronunciamento, o prefeito Alexandre da Carbrás, foi constantemente vaiado e cobrado por melhorias na lixeira. Ele afirmou que já fez inúmeras viagens a Brasília e corre atrás de recursos para resolver o problema. “Eu quero me colocar a disposição para discutirmos e para nós chegarmos a soluções dos problemas”, afirmou.

 

O professor da UEA, Eliseu Souza, que lidera um movimento contra a continuidade da lixeira atrás da instituição educacional, apresentou proposta formatada por professores, acadêmicos e representantes de movimentos sociais e entidades civis organizadas.

 

Eles exigem cronograma de atividades, comissão de fiscalização da lixeira, plano municipal de gestão integrada de coleta seletiva, educação ambiental, local definitivo para o aterro controlado, subsídios para entidades que trabalham com a coleta e o tratamento do lixo.

 

As discussões sobre a lixeira pública prometem continuar. Uma nova audiência deve ser agendada para os próximos dias na Vila Amazônia, muito citada pelos participantes. Segundo o vereador Mateus Assayag (PSDB), os moradores se sentem inseguros quanto a instalação da lixeira naquela comunidade e é preciso informá-los.

O morador daquela gleba, Hudson Araújo, quer garantias de que a lixeira não vai prejudicar aquele povo. “A Vila Amazônia quer que seja feito e que tenha garantias que lá não vai se transformar numa lixeira pior de que a daqui. Que eles busquem um local adequado e com garantias que lá seja feito um aterro controlado”, ressalta.

 

Após quase 4 horas de discussão, vaias, bate-boca, acusações e propostas, a audiência chegou ao fim com novas promessas de soluções, em especial, a formação de uma comissão que vai atuar na busca por soluções a curto, médio e longo prazo.

 

A comissão será formada nos próximos dias por membros do Legislativo, Executivo, UEA, moradores de bairros vizinhos à lixeira, movimentos sociais e entidades ambientais. O caso promete ainda muitas discussões, assim como os problemas ocasionados pela tão famosa e indesejável lixeira pública de Parintins.

 

Eldiney Alcântara/Repórter Parintins

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