Negligência de Carbrás e Bi Garcia leva diretoria do Amazonas a não ceder terreno para Vila Olímpica

População espera construção da Mini Vila Olímpica. A obra foi iniciada sem a autorização da diretoria do Amazonas que entrou na justiça para a retomada da área.

Negligência de Carbrás e Bi Garcia leva diretoria do Amazonas a não ceder terreno para Vila Olímpica Fotos: Igor de Souza/Neudson Corrêa Notícia do dia 14/11/2015

A negligência do prefeito Alexandre da Carbrás (PSD) e do ex-prefeito Bi Garcia (PSDB), em não tratarem com seriedade o convênio para a construção da Mini Vila Olímpica, voltou a ser questionada pela diretoria do Amazonas Esporte Clube, legítima proprietária da área onde iniciou a construção do complexo esportivo e foi embargada pela Justiça por uma ação do Amazonas. “Querem tomar do Amazonas, mas nós vamos lutar até as últimas instâncias”, enfatizou o presidente do clube Geraldo Medeiros.

 

De acordo com o Portal da Transparência (www.transparencia.gov.br), do Governo Federal, Parintins recebeu parcela de R$ 144.248,00 em 18 de outubro de 2012 e em seguida a obra foi paralisada por força judicial. O montante total do convênio federal é de R$ 780.000,00.

 

Há cinco anos a população de Parintins espera a construção da Mini Vila Olímpica no terreno em frente ao Centro de Estudos em Tempo Integral (Ceti), no bairro de São Vicente de Paulo, porém a obra foi iniciada sem a autorização da diretoria do Amazonas que entrou na justiça para a retomada da área.

 

Esta semana a presidência da Câmara Municipal de Parintins apresentou projeto de lei que solicita a desapropriação do terreno do Amazonas e os vereadores de oposição votaram pela retirada de pauta do projeto por entenderem que a área não havia sido liberada e desconhecerem o real montante de recursos disponíveis para a obra.

Na manhã de quinta-feira, 12 de novembro, o presidente do Amazonas Esporte Clube, Geraldo Medeiros, esteve na Câmara Municipal para esclarecer aos vereadores que o terreno é de propriedade legítima do clube e não cabe desapropriação. “Essa desapropriação é incabível porque o Amazonas é detentor do título definitivo do terreno. Se tem título definitivo, não tem desapropriação. A desapropriação é por utilidade pública e o Amazonas é um clube de utilidade pública”, disse.

Geraldo Medeiros explicou que a diretoria do clube não se coloca contra a construção de um complexo de esporte naquela área, porém devem ser seguidos todos os trâmites legais para beneficiar os dois lados. “Não somos contra, desde que seja pago um valor justo, ou que o Amazonas fique com parte na Vila Olímpica, administrando, acordo esse que nós promovemos na justiça, mas não foi aceito por parte do prefeito”, frisou.

 

O presidente Geraldo Medeiros disse ainda que é injusto a administração querer pagar uma quantia muito inferior ao real valor da terra. “Querem pagar R$ 184 mil por uma área de mais de 14 mil metros quadrados, numa área nobre de Parintins. Inclusive, eu tenho do procurador geral da Prefeitura, Elias Sicsu, documento reconhecendo a posse do Amazonas em desacordo com um laudo técnico feito pela doutora Ana Cley Garcia”, ressaltou. Ana Cley atuava como procuradora do município na gestão Bi Garcia.

 

Geraldo Medeiros se colocou à disposição para prestar as explanações necessárias sobre a real situação para os vereadores, até para que eles não votem sem terem conhecimento dos argumentos da diretoria do Amazonas. “O terreno que foi repassado para o Amazonas nunca foi de terra pública, foi adquirido por compra de terceiros, Aydê Garcia, por mim, Isaias Azêdo e Zé Barros, sendo que 50% nós doamos para o Amazonas e outros 50% foi desmembrado do título, cuja Prefeitura nunca nos pediu a segunda via”, pontuou.

 

Medeiros afirmou estar dentro da legalidade por ter a escritura de compra, venda e título definitivo assinado pelo então prefeito Raimundo Reis Ferreira em 1978. “Lamentavelmente a Prefeitura, por ter muito mais peso que o Amazonas, achar por bem declarar que o terreno do Amazonas estava abandonado. Nunca esteve abandonado. Nós tínhamos lá um muro, que foi derrubado. O Amazonas sempre treinou lá e cede o campo para outros clubes treinar. Querem tomar do Amazonas, mas nós vamos lutar até as últimas instâncias”, enfatizou.

 

Estelionato

Geraldo Medeiros lamentou que até mesmo no documento de georeferenciamento que a Prefeitura de Parintins apresentou para a Caixa Econômica Federal para a liberação do recurso do convênio houve má fé. “Lamentavelmente o prefeito apresentou para a Caixa Econômica um terreno cujas coordenadas geográficas não coincidem com as do Amazonas. Essas palavras não são nossas, são palavras da Caixa Econômica Federal, cujos documentos eu tenho em mãos”, disse.

 

Marcondes Maciel/Repórter Parintins

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