Problemas de respiração, tosse, dor nos olhos e demais problemas de saúde são facilmente encontradas em pessoas que moram em bairros próximos à lixeira pública de Parintins. Esta semana o estado de saúde de muitos moradores piorou em decorrência da constante propagação de fumaça oriunda daquele depósito de lixo. O REPÓRTER PARINTINS entrevistou algumas pessoas que passam por esta situação preocupante.
Há mais de um mês a lixeira pública apresenta problemas com incêndios, a princípio, apontados como criminosos. As constantes queimadas ocasionam nuvens de fumaça, que prejudicam a população. Segundo o morador do bairro Djard Vieira, Rosivan Azevedo, 24, os bairros mais próximos estão mais prejudicados devido essa fumaça. “É uma fumaça que eu creio ser muito mais prejudicial à saúde devido ser de uma lixeira”, afirma.
No bairro Pascoal Alaggio a situação é mais grave. Devido a força do vento, a fumaça toda é jogada de forma direta para aquele local. Na extremidade do bairro muitos moradores deixaram as casas e aqueles que ainda moram na residência passam o dia com portas e janelas fechadas. O servente de obras, Alexsandro Tavares Machado, 29, agora mora sozinho na casa construída recentemente.
A esposa e os quatro filhos tiveram que ir para casa de parentes devido a agressiva fumaça. “Minha família foi até embora daqui. Tenho um filho com problemas com asma. Com essa queimação aí estamos sendo muito prejudicados aqui”, revela.
A jovem Naiza Castro, 18, mora há poucos metros da lixeira. Ela informa que a família dela enfrenta problemas de saúde devido a tanta fumaça. “A fumaça vem pra cá e vai para o Pascoal Alaggio”, informa preocupada.
Acadêmicos, professores e demais funcionários do Centro de Estudos Superiores de Parintins, da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), instituição localizada ao lado da lixeira pública, lutam contra os problemas gerados pela lixeira há mais de 10 anos. Eles preparam uma nova manifestação amanhã, 10, as 16h em frente à Câmara Municipal de Parintins.
De acordo com o diretor da UEA/Parintins, David Xavier, o objetivo é lembrar o Legislativo sobre a necessidade de fiscalizar o poder público e o devido tratamento dos resíduos sólidos. “A universidade já não aceita mais a atual condição que a lixeira tem tido e o tratamento que tem recebido. Estão sendo vítimas de uma questão ambiental muito grave que envolve a saúde pública. Todos os dias a fumaça tem envolvida nossa instituição e, mais que isso, tem prejudicado todos os moradores, professores dos bairros aqui próximos
Há a possibilidade de paralisação das aulas daquela universidade, uma vez que, segundo o diretor, não tem condições de haver (aula), permanecendo essa atual condição da lixeira.
Eldiney Alcântara/Repórter Parintins