Falta de produtos regionais gera discussão no comércio parintinense

Falta de produtos regionais gera discussão no comércio parintinense Foto: Eldiney Alcântara Notícia do dia 04/11/2015

A produção agrícola em Parintins apresenta realidades diferentes para autoridades administrativas e feirantes do município. Do lado executivo, o abastecimento de feiras e mercados transcorre normalmente com pequenas alterações. Do outro lado, a situação é precária com ausência de produtos regionais para abastecer o comércio local. Esta semana o REPÓRTER PARINTINS percorreu feiras, secretaria e órgão do setor primário para saber o real estado de abastecimento da cidade.


É notório o fato de feiras e mercados estarem cheios de produtos trazidos de outros municípios e estados. Hoje, o principal fornecedor de hortaliças, legumes, frutas e demais produtos agrícolas é o município de Santarém/Pará. Manaus também entra como fornecedor do comércio parintinense.


Na banca da comerciante Ana Tavares, no Mercado Municipal, apenas o maxixe e o quiabo, em pequena quantidade, são oriundos da agricultura local, o restante dos produtos comercializados por ela vem de Santarém e Manaus. Segundo Ana, que trabalho neste ramo há 7 anos, não tem produtos em Parintins e é preciso trazer de outras localidades.


Há quase 10 anos no ramo, a comerciante Elizângela Silveira, também investe em fornecimento de fora do município, devido a carência de produtos locais. Para ela, o clima é um dos principais causadores dessa queda na produção em Parintins. “Hoje tem muita quentura e os produtos não se desenvolvem”, arrisca um palpite para a falta de produtos.


O secretário de Produção de Parintins, Samarone Moura, vai além da explicação de dona Elizângela e afirma que Parintins não tem um histórico e uma cultura de cultivar produtos que exijam maiores implementos e procedimentos de cultivo mais trabalhoso. “Temos dados estatísticos com relação a essa produção, mas naquilo que, culturalmente, o nosso município ainda não produz a gente acaba sendo abastecido por outros estados, principalmente pelo Pará”, justifica.


Disparidade
Samarone garante que Parintins não está com baixa na produção rural. A produção rural do município, segundo Samarone, não chega em grande número no comércio local porque a maioria do produto local é repassado para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que abastecem escolas, cooperativas, associações e demais entidades socioeducativas.


Questionado se houve queda no abastecimento de Parintins, o gerente do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário do Amazonas (Idam), Adrianilson Góes responde: “somos inclinados a dizer que nem tanto”. Ele afirma que esse setor é de maior competência da secretaria de produção, mas explica que o município é o grande entreposto da produção agrícola, onde Parintins recebe bens e produtos e remete bens e produtos para os municípios do Baixo Amazonas e do Oeste do Pará. “Essa globalidade regional faz com que a população de Parintins sempre tenha acesso ao abastecimento de gêneros alimentícios agrícolas”.


Como solução para uma possível crise de desabastecimento, Góes orienta. “Temos que lançar mão da criatividade, unindo todos os setores para não comprometer o abastecimento local”.

 

Eldiney Alcântara
Da Equipe Repórter Parintins

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