Falta de ação da prefeitura dificulta acesso ao Caburi

Moradores cobram dragagem para Paraná do Caburi com urgência

Falta de ação da prefeitura  dificulta acesso ao Caburi Foto: Arquivo JRP Notícia do dia 29/10/2015

Com a vazante do rio Amazonas aumenta a distância das comunidades centrais até a cidade de Parintins. Os moradores da agrovila do Caburi são um exemplo e começam a sentir as dificuldades no deslocamento pelo Paraná, importante estrada fluvial da próspera região.


Com o leito do rio raso fica impossível trafegar, mesmo porque os troncos de árvores presos no barranco prejudicam a navegação. O único barco de recreio da agrovila, o Comandante Marinho está há duas semanas sem fazer viagens. A embarcação bateu em um tronco de madeira e teve o sistema de propulsão, reversor, eixo e palheta danificados.


O canal do Caburi é um importante acesso até as cidades de Nhamundá, Faro e Terra Santa e comunidades adjacentes. O empresário Otávio Figueira, que trabalha com a instalação de equipamentos de internet nessas localidades, protesta diante do descaso das autoridades. “O problema se arrasta por gerações”, comenta.


Ele conhece as reais situações que enfrentam os moradores das diferentes localidades desta região da margem esquerda do rio Amazonas. “Quem de vocês já não teve que desembarcar na margem do rio Amazonas, colocar suas coisas nas costas, andar por estradas improvisadas até algum ponto do Paraná do Caburi, para então seguir viagem em uma canoa a remo ou rabeta até algum ponto mais adiante e continuar com suas coisas nas costas até suas casas?”, questiona.


Otávio lamenta que as comunidades isoladas convivam com o problema há anos e que as famílias mais isoladas enfrentam situações ainda piores. “Considerem que têm pessoas que moram em comunidades mais distantes. Quando nós panauaruenses já estamos chegando às nossas casas, os comunitários do Aduacá estão somente na metade do caminho”, indica.


O empresário afirma que o descaso se arrasta por vários anos e os governantes não fazem nenhum projeto para deixar o leito mais profundo. “Entram e saem governantes e nada é feito para escavarem o Paraná no Caburi ou ao menos removerem as toras de madeira que se acomodam ao longo do leito”, completa.


Há três meses o vereador Mateus Assayag (PSDB) esteve em audiência com o superintendente da Administração das Hidrovias do Amazônia Ocidental (Ahimoc), Wilson Wolter Filho, onde solicitou dragagem para os igarapés do Caburi e Mocambo.


O vereador teria recebido a garantia da execução dos serviços de infraestrutura na região. A dragagem dos dois igarapés tinha como finalidade aumentar a profundidade da importante estrada fluvial e permitir que os moradores e visitantes possam ter acesso às localidades durante o ano todo. “Além das pessoas, a produção rural terá muito mais facilidade no escoamento, melhorando as condições dos moradores e da economia da região, pois elimina o longo percurso que é feito pelas estradas”, enfatiza Mateus Assayag.

 

Neudson Corrêa
Da Equipe Repórter Parintins

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